segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Natal de doismiletanto
sábado, 25 de dezembro de 2010
Gosto...
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
A partida do amarelo
(procura de noite sem tristezas)
desciam da varanda do teu gosto
os sinais difusos das alegorias
e o cantar dos pássaros (fantasias...)
percorria o vento em gestos de som
anunciava votos vindoiros de desejo;
o amarelo partira
- elétrico e sol -
e eu deixei a vista adormecer
nos teus canteiros de rosmaninho
onde as vontades se penduraram
só de memória, indiferentes
ao ruído das cigarras que
queimam o verão em desperdício
na busca de um tom, de um incómodo:
como os poetas.
29.10.2010
sábado, 11 de dezembro de 2010
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Gira-Discos
No dia de hoje, só podia mesmo ser esta a temática.
É bom saber que, à parte a crise, o FMI e a dívida soberana, teremos sempre um Soberano à espera de ser chamado, contribuindo para uma verdadeira mudança. Haja é coragem.
Viva o Rei! Viva Portugal!
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Ideário para a criação
Quando, em ti próprio, ouvires algum combate
do sonho em luta com a sua própria alma
e o mundo te parecer maior que a vida
e a vida te parecer a velha estrada
onde só tu não perseguiste o sonho,
defende, de ambos, o que for vencido.
Quando, à tua beira, houver um perseguido
e o escárneo se abater sobre o que ele pensa
e o mundo inteiro o perseguir mentindo
uma mentira maior que a dessa ideia,
defende-a como tua antes que o mundo
esmague em si próprio a chama em que se ateia.
Quando, como hoje, os crimes forem tantos
que as praias sequem no desdém das ondas,
e o melhor homem for um criminoso
voltando ansioso ao local do crime,
e o sangue nem lhe suje a ansiedade
porque não há mais sangue que ciências loucas,
grita aos ventos da morte que os traíram -
e na terra se ouça que a verdade é falsa
e só eram verdade os que partiram.
Penafiel, 29/8/1942
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Uma (Des)Ordem de Ideias
Ora, tem azar o Senhor Bastonário - recandidato ao lugar - pelo facto de a minha memória - que também uso enquanto seu eleitor - ser quase fotográfica. Na verdade, foi precisamente na semana passada - mas já no período da noite, a seguir ao jantar - que o Exmo. Senhor Bastonário - recandidato ao lugar -, no programa “Prós e Contras”, defendeu EXACTAMENTE O CONTRÁRIO!
Quando criticado pelos outros dois Candidatos, com especial destaque para o que disse o Dr. Luís Filipe Carvalho, acerca do facto de a Ordem dos Advogados nada ter feito para ser ouvida sobre tal matéria encapotadamente contida na Lei do Orçamento, o Exmo. Senhor Bastonário - recandidato ao lugar - soube dizer que aquele não seria o momento certo para o fazer, na certeza de que o que ali estaria era uma autorização legislativa ao governo para regular tal matéria.
E disse ainda mais: que a lei ou decreto-lei a surgir assim contaria com o contributo da Ordem dos Advogados, na eventual fase de discussão pública, e que poderia vir a tornar-se uma boa lei. E porquê? Porque o Exmo. Senhor Bastonário, recandidato ao lugar, soube dizer - no seu jeito de denúncia pública, quanto a mim, inconsequente - que existia nos tais “grandes escritórios” trabalho quase escravo dos Colegas não-sócios.
Ora, é certo que poderia sempre o Exmo. Senhor Bastonário, recandidato ao lugar - caso eu merecesse alguma importância para ele, enquanto eleitor (sendo certo que só sabe é encher-me a caixa de correio electrónico com panfletos e artigos cheios de ideias, quanto a mim, avulsas e sem exequibilidade ou visão de futuro) - contrapôr-me que, no tal debate televisivo, ele quis, lá está, apenas focar o caso de Colegas Associados, já Advogados e, não - porque o alarme traumático começa a soar - aqueloutro dos Colegas Estagiários.
Contudo, o normativo objecto da discussão diz respeito, segundo o que se leu, precisamente, aos Advogados Estagiários, não sendo claro que consagre também a hipótese de os Advogados associados de Escritórios ou Sociedades, poderem vir a ser contemplados com a tal bolsa remuneratória.
Ou seja, no meio de tudo isto, a mim, só me resta uma pergunta: até quando, Senhor Bastonário, recandidato ao lugar, vai querer lançar a desordem de ideias e de argumentos, pretendendo esconder na bruma de remissões literais complexas apenas uma única verdade: o seu total desnorte programático?
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Ensaio
«Na candura dos teus desejos,
Tomei a chuva por minha amante.
Dizias-me que, mesmo de mim distante,
Tu nela estarias...
Em cada pingo,
Em cada beijo.
Mas, procurando agora teu molhado peito,
De ti nada vejo,
Nem sombra, nem ensejo.
Por onde andas?
Por onde repousas?
Sem resposta, nem vestígio,
Apenas resta a memória
Do teu toque; um esquiço.»
Alexandre Villas-Diogo, Ensaio, «Lírica de Inverno»
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Nam simul cum cathedra creavit Deus tabulam quamdam ad sribendum, que tantum grossa erat quantum posset homo ire in mille annis. Et erat tabula illa de perla albissima et extremitas eius undique de rubino el locus medius de smaragdo. Scriptum verum in ea existens totum erat purissime claritatis. Respiciebat namque Deus in tabulam illam centum vicibus die quolibet et quantiscumque repiciebat vicibus, construebat et destruebat, creabat et occidebat… Creavit namque Deus cum predicta tabula pennam quamdam claritatis ad scibendum, que habebat in se longitudinis quantum posset homo ire in VC annis et tantumdem ex latitudine quidem sua. Et ea creata, precebit sibi Deus ut scriberet. Penna vero dixit: “Quid scribam”? At ille respondens: “Tu scribes sapienciam meam et creaturas omnes meas a principio mundi usque ad finem” - Liber scale Machometi, cap. xx.
(tal como criou seu trono, Deus criou uma mesa para escrever tão vasta que um homem podia caminhar nela mil anos. A mesa era feita de pérolas branquíssimas, as suas extremidades de rubis eo centro de esmeralda. Tudo o que nela escrevia era da mais pura claridade. Deus olhava para a mesa centos de vezes por dia e, de cada vez que a olhava, construía e destruía, criava e matava… tal como criou a mesa, Deus criou uma pena de luz para escrever, tão larga e longa que um homem a poderia percorrer em largura ou comprimento quinhentos anos. E, esta criada, deus ordenou-lhe que escrevesse. Disse a pena: “Que escrevo?”. A ela respondeu: “Escreverás a minha sabedoria e todas as minhas criaturas, desde o princípio do mundo até ao seu fim.” – O Livro da Escada de Maomé, cap. xx).
(in Giorgio Agamben, Bartleby Escrita da Potência, Assírio & Alvim)
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
simples, o mar
desleixada na corrente; não sente
mágoa nem amargura; e de repente
sorri ser mar, fórmula
de planura com que os olhos se cansam
simplesmente.
15112010
vento, vazio vento
sem o aroma a notícias da tua ida
e eu encosto-me às rochas
a repousar o desalento
não brilha a neve, aqui
nos mares do sul, e
a luz revolta-se em desinterese;
já só a noite anuncia a noite.
15112010
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
E quando a chuva cai, vai-se a memória
e tal como a mão dedilha no baço da vidraça
escrevo no vento as sílabas do teu nome
(a primeira é mar, espuma de desejo)
e os plátanos vestem de branco folhas
de lenços de dizer saudade.
Há um concerto de glórias roucas
quando m'aperto ao mundo
a reviver o teu adeus;
e o vento regressará
em nome do nome que te lembro.
sábado, 30 de outubro de 2010
Corramos...
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
friiiio
corre uma tempestade de frio
maior que os sopros de janeiro.
foste no princípio dum ano inteiro
eu confundi adeus com desafio
e o gelo agora agarra, e não foge.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Playlist
À espera do próximo capítulo de «Momentos», um tema da selecção de Alejandro Villas-Diego... como sempre, ao jeito do próprio.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
sábado, 23 de outubro de 2010
I want
I want to live and I want to Love
I want to catch something that I might be ashamed of
(...)"
Frankly, Mr. Shankly
Morrissey
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
domingo, 10 de outubro de 2010
Dia da (tua) fuga do tempo
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
"fuga do dia e do tempo"
onde o corpo inventou pálpebras (como aos outros)
e turvo os olhos no voo do calor que parte.
o sol já se decepou inglório
enforcado na corda recta do horizonte
duma terra que se teima redonda.
de ti resta-me agora a silhueta dos ombros
(em luta de tons com o escuro a nascer)
e o que sobra só reimagino de memória;
daí me percorro aos pés
que deixaram em areia lembranças tão suaves
feitas de veludo como as carícias de mão de mãe.
o corpo - única pertença que m'acompanha -
prostra-se em glória de gravidade
- eppur se muove -
em silêncios sem eco
pois o meu braço, há segundos infinitos
deixou de alcançar o laço do teu abraço.
no côncavo da rocha despeço-me
definitivamente do teu rosto
e se, e se pudesse
se pudesse triturava-te no caldo da memória
até ser só futuro numa outra.
amanhã chorarás com o mesmo sal
mas jurarás que não.
e eu não sei cantar
nem Como Canta A Tempestade.
soubera fazer um poema com as letras do teu corpo
e erguia uma estátua de alfabetos
ás de beijos carinhosos
zês de partidas por despedir.
ainda há dias o dia caia com o mesmo sobressalto
mas a noite beijava a praia sem medos
e o escuro só enquadrava
os quatro olhos com que dobrávamos o sono.
vou recordar que ensaiei a revolta do adeus
moldando em plasticina de afectos
até suar o cansaço da desistência
todas as letras da saudade.
- e que me sobra? se só a sobra da pergunta
- onde estarás se nem me largas nem te sinto.
deixo a praia. onde as gaivotas
adivinham o mundo por compreender
e gozam de gritos essa alegria
de não aceitar tristeza.
gostava que o futuro nem houvesse
- e não o há, sei bem -
mas teimo-o tanto como o temo.
sem ti as papoilas despedem
as cores da glória
a tradição já não é o que era
eras só tu.
se não houvesse tempo não fugias
e só me consolo
certo que nem tu nem eu nem os dois
temos ainda culpa da Criação.
(Outubro 2010)
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Ad memoriam
terça-feira, 5 de outubro de 2010
domingo, 3 de outubro de 2010
SANKARAH
na cortina cinzenta de cada árvore
eu te pudesse alcançar,
cada sonho meu chamar-se-ia dia
e eu de noite não mais
cerraria os olhos
nem saberia pedir a pálpebra alguma
que se deitasse noutra.
se num sopro astral - ou pequeno -
eu um salto desse,
tomaria por espada um destes galhos
e pediria à morte para matar o tempo
ao contrário.
e na bruma cinzenta de cada árvore
tu poderias - sorriso manso -
voltar a acontecer.
ONDJAKI, Acto sanguíneo
sábado, 2 de outubro de 2010
Ganância
domingo, 26 de setembro de 2010
sábado, 25 de setembro de 2010
Não gosto de ser sequestrado
E assim se fez uma democracia... Maravilhoso momento da nossa história...
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Consciência e desassossego
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
domingo, 29 de agosto de 2010
O Banhista 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
A festa acabou!
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
sábado, 21 de agosto de 2010
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Interpol - Lights
directed by Mr. Charlie White
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
terça-feira, 10 de agosto de 2010
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
domingo, 8 de agosto de 2010
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
terça-feira, 27 de julho de 2010
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Levantaria o mundo
- gasta em ferrugem de desperdícios -
e encontro o ponto
onde se equilibra a palavra inteira.
Se visse no teu olhar
os cristais de sal antes do choro
e a palavra saudade
no branco do lenço de despedida
e ainda tivesse mãos para adivinhar o gesto
diria um poema
só de silêncios e sôpro
como as manhãs certas
que só nascem no dia depois.
(25.07.2010)
sexta-feira, 23 de julho de 2010
E a lua está quase pronta
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Puro Vintage VII
A manhã já ia a meio e o frio das primeiras horas da alvorada começava a ceder o lugar a um calor sufocante. Mas era nesse misto de calor húmido que o cheiro da erva verde e a sombra dos choupos davam lugar a um cenário único, daqueles que fazem desejar o Verão e os dias grandes.
Naquele ano, durante o Inverno, tinha chovido bastante e, por isso, o açude transbordava. Enquanto assim fosse, enquanto a água corresse àquele cristalino ritmo, realçado pela luz matinal, os banhos estavam garantidos.
Todos os anos, por volta do início das férias grandes - e antes das viagens para as praias do Algarve - era ali que um grupo de cinco amigos se reunia. De facto, o João, o Manuel, a Teresa, a Beatriz e a Francisca conheciam-se desde sempre e encontravam-se sempre na vila que viu os pais de cada um crescer.
Por entre olhares tímidos e nervosos, largas gargalhadas e piadas sem jeito, todos saboreavam aqueles momentos com um gosto especial.
A primeira entrada na água era sempre precedida de bastante hesitação, porque apesar do calor que se fazia sentir na margem, a corrente era impiedosamente fria. "Só lhe faz bem, menino", dizia o senhor Carlos, dono da mercearia ao lado da casa dos avós de Manuel, quando este lhe relatava, de início, as aventuras de mais um dia.
Sustendo a respiração Beatriz atirava-se à água e a voz do seu professor de natação de imediato lhe ecoava na cabeça, repetindo as exigências da postura, o ritmo curto das braçadas e dos movimentos do "inspira, mergulha, vem ao cimo e expira". Convencido de que contemplava o verdadeiro modelo de perfeição olímpica, João olhava para ela e logo a Francisca e a Teresa lhe atiravam risadas que o faziam corar; ao que ele, acto contínuo e em jeito de vingança pela descoberta de tal oculto segredo - a que elas chamavam de "fraquinho" - as empurrava para água, saltando também ele em seguida e provocando um aparatoso chapinhar.
Chegada a hora do almoço, rumava o grupo para casa dos avós de Francisca, subindo pelas hortas que se encavalitavam nas escarpas fronteiras ao açude. Lá chegados, mais um ritual quotidiano se iniciava. A empregada lá de casa, a Dionísia, esperava-os com um farto repasto, porque, afinal de contas, "os meninos estão a crescer e por isso precisam de comer bem".
Pelas horas de torreira, no cumprimento canónico dos tempos da digestão, entretinham-se os cinco a jogar às cartas, a ler revistas de outras eras e a ouvir uma qualquer roufenha estação de rádio numa telefonia que era, ela própria, uma peça de museu. O ar era fresco naquela sala de estar com ampla varanda, paredes de estuque e tectos altos.
Contudo, o dia balnear não terminava para estes marinheiros de água doce sem mais uma ida ao local. Manuel e João aproveitavam para disputar o primeiro lugar na velha prancha de saltos, cuja madeira gasta ameaçava a ruína total. Quanto às raparigas, ficavam à conversa nas toalhas de praia, trocando confissões em forma de prolongados suspiros.
Numa vida simples, o pôr-do-sol tinha o encanto de uma aurora especial - aquela que acontece quando se acorda para a vida por inteiro.
E para aquele grupo de amigos a vida estava, de facto, ainda a começar. Ali, junto à RIBEIRA.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
INFRA...
quarta-feira, 7 de julho de 2010
domingo, 4 de julho de 2010
quinta-feira, 1 de julho de 2010
sei lá se vou; vou regiamente lembrando
e um sorriso de sol
com dentes de pirilampo:
- vem por aqui
tropeço o passo, desfaço o laço
dos braços que remavam
escuto o vento:
- vem por aqui
se é deus ou o inferno que interessa
corro e vou
que o homem se engole
no branco dos enganos
o meu destino é pecar
por fantasia
e chegar ao ermo ao alto
das promessas
onde as nuvens sombreiam
a luz antiga
e o pó rocha dos passos
em sangue
respira-me o fado:
- hei-de voltar a vir.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
domingo, 27 de junho de 2010
Venus Victrix, 9.
um lenço de caruma sobre a areia,
um fermentar interno, uma colmeia,
um deslizar de âncora no fundo.
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..........................................................
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Do Espelho de Vénus de Tiago Vieira
Mário Cláudio
Prefácio de José Carlos Seabra Pereira
Desenhos de Júlio Resende
Arcádia, Babel, 2010
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Enfermidades do corpo
Alguns fins de tarde são absurdamente estranhos. Especialmente os fins de tarde do início do Inverno.
- As mulheres são como os copos.
- Como os copos?
- Sim, como as bebidas alcoólicas…
- Não percebo o que queres dizer.
- Vê bem; ambos se tomados com moderação aliviam o corpo e o espírito de agruras diversas e têm diversos efeitos positivos. Mas, se tomados de forma excessiva, durante largos períodos de tempo, para além de provocarem uma dependência forte, amolecem a alma e a vontade e provocam enfermidades do corpo.
domingo, 20 de junho de 2010
A propósito da
O Ano da Morte de Ricardo Reis, SARAMAGO
Europa acidental
Europa acidental
Aqui nem mal nem bem.
Aqui nem bem nem mal.
Aqui se alguém não é ninguém
é porque a gente nasce
de um modo ocidental:
Vivem uns bem e outros mal.
E afinal
é natural
(naturalmente)
que haja também
gente que é gente de bem
e gente que é apenas gente.
Europa acidental.
Europa acidental.
(...)
Joaquim Pessoa, Português Suave
sábado, 19 de junho de 2010
Aos escritores que (só) já não escrevem
De uma Nobel mais recente
sexta-feira, 18 de junho de 2010
sábado, 12 de junho de 2010
A TI
que suave
sus cantares
a la orilla de los mares
entonó,
y voló...
Y a los lejos
los reflejos
de la luna en alta cumbre
que argentando las espumas,
bañaba de lus sus plumas
de tisú...
Y eras...tú!
Y vi un alma
que sin calma
sus amores
cantaba en sus tristes rumores,
y su ser
conmover
a las rocas parecía;
miró la azul lejanía,
tendió su vista anhelante,
suspiró,
y cantando, pobre amante,
prosiguió...
Y era... yo!
Rubén Darío, Nicarágua (1867-1938)
Poemas da adolescencia
O Mar na Poesia da América Latina, Assírio & Alvim
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Sobre o Flirt
quinta-feira, 10 de junho de 2010
E mais um 10 que passa, neste dorido canto...
À Fama, que sempre vela,
Frauta de mim tão querida;
Porque, mudando-se a vida,
Se mudam os gostos dela.
Acha a tenra mocidade
Prazeres acomodados,
E logo a maior idade
Já sente por pouquidade
Aqueles gostos passados.
Um gosto que hoje se alcança
Amanhã já o não vejo;
Assim nos traz a mudança
De esperança em esperança,
E de desejo em desejo.
Mas em vida tão escassa
Que esperança será forte?
Fraqueza da humana sorte,
que quanto da vida passa
Está receitando a morte!
CAMÕES (Babel e Sião)
terça-feira, 8 de junho de 2010
sábado, 5 de junho de 2010
sexta-feira, 4 de junho de 2010
quinta-feira, 3 de junho de 2010
terça-feira, 1 de junho de 2010
segunda-feira, 31 de maio de 2010
se...
só para me responder onde estou...
(anónimo, evidentemente)
domingo, 30 de maio de 2010
segunda-feira, 24 de maio de 2010
gestos sem mãos
despedida
em busca de regresso
quinta-feira, 20 de maio de 2010
quarta-feira, 19 de maio de 2010
M de SC (120 anos)
Minha festa de veludo...
Paris: derradeiro escudo,
Silêncio dos meus enganos
terça-feira, 18 de maio de 2010
título para uma composição com asas
as palavras só pensadas
que deixe vazio todo o espaço do poema
aquelas que minhas mãos desastradas
disformes, pesadas
amassaram só de letras
(sem ideias nem pena, sem tema)
e deixa que triture o gesto
com que as aves encantava
que agora já nem presta tudo o resto
de lembrar o teu olhar quando olhava
esses pássaros que moldei de gritos
fugidos de ninhos que o vento borratou
quebrados d' asas. como eu aflitos
dum perdido sonho que não sou
voou!
doença por doença...
com que se bifurcam os lençóis
onde puias os gestos de afago
em sonolento acabrunho de candura.
e diz-me o médico
que são zumbidos da velhice
- chatice... se não soubesse mentira:
também o coração tiquetaca
e esses lábios humedecem as ranhuras destes
-vá o doutor dizer que são visões
(calores, febrões).
e quando ainda me apertas?...
anos tantos que estás longe;
doença por doença,
será medo.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Governo
“…, os homens de bem não querem governar, nem por causa das riquezas, nem das honrarias. Eles não querem ser chamados de mercenários ao exigirem abertamente o salário da sua função, nem de ladrões, tirando do cargo ocultos proventos. Nem tão pouco querem governar por causa das honrarias, já que não as estimam. Assim, deve ser imposta alguma obrigação e castigo que os constranja a governar. Essa é a razão pela qual procurar por si mesmo o governo, não aguardando a necessidade de tal passo é considerado vergonhoso. Ora, o maior dos castigos é ser governado por alguém pior do que nós, se nos recusarmos a governar por nós mesmos.”
Platão
A República
segunda-feira, 10 de maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
segunda-feira, 26 de abril de 2010
sábado, 24 de abril de 2010
Guru
Apesar do atraso, aqui fica a homenagem ao homem que fundiu o Hip Hop ao Jazz...
terça-feira, 20 de abril de 2010
Momentos
Quem dera que...
numa escultura de pedra
pois não sei chorar na eternidade
sem os arquétipos
(cola da alma ao mundo, como som,
suspiro de sempres)
e depois - estranha mente! -
voar.
p
á
s
s
a
r
o
ferido
na gravidade d'asas
liberto, infindo
no percorrer dum olhar
tão teu
(só eu?)
ou meu
só para sempre, mas agora
e doravante
no apenas que enche o espaço
limite das sobras do mundo.
(20.04.2010)
domingo, 18 de abril de 2010
domingo, 11 de abril de 2010
quinta-feira, 8 de abril de 2010
segunda-feira, 5 de abril de 2010
The Legolactic Empire
#1 A caixa e as peças já cá de fora
#2 Vista lateral do cockpit a tomar forma
#3 Outra vista lateral
#4 Darth Vader a inspeccionar os trabalhos
#5 Seguindo o plano à risca...
#6 Tudo pronto para a primeira fase de "assembling"
#7 Fazendo progressos
#8 Carlinga completa
#9 Asas: a parte mais complicada, confesso.... De tão "simples" - é como quem diz - que era...
#10 Mais Asas...
#11 First wing assembled, Lord Vader
#12 Almost there...
#13 Lorde Vader a respirar de alívio...
#15 "Join me and I'll complete your training"
#17 Here I come!
Uma prenda de Natal dada pela Mariana, agora, na Páscoa, no seu melhor!