segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

um dia fugido

e houve um dia,
completamente perdido num mês indefeso,
em que os olhos se me fizeram lágrimas
só de saber que, desde então,
a saudade era uma capa mais aderente
que a lembrança dos teus modos.
partiste a uma sexta e nem era treze
(infortúnio dos desencontros,
no mapa encomendado das conveniências)
e até a aurora tinha o cinzento
normalizado dos invernos frouxos
e os filhos dos vizinhos (àquela hora...)
soletravam os choros revoltados
dos dias comuns.
se ao menos
fugisses no vento de uma tempestade,
tu que sempre me faiscaste as noites sóbrias!
se ao menos
tivesses deixado o som dos teus lábios,
o doce dessa pele percorrida em desejo.
como um desânimo - afinal.
01/2012