quinta-feira, 1 de julho de 2010

sei lá se vou; vou regiamente lembrando

corro atrás da neve
e um sorriso de sol
com dentes de pirilampo:
- vem por aqui
tropeço o passo, desfaço o laço
dos braços que remavam
escuto o vento:
- vem por aqui
se é deus ou o inferno que interessa
corro e vou
que o homem se engole
no branco dos enganos
o meu destino é pecar
por fantasia
e chegar ao ermo ao alto
das promessas
onde as nuvens sombreiam
a luz antiga
e o pó rocha dos passos
em sangue
respira-me o fado:
- hei-de voltar a vir.