quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Momentos (de #Natal)
João, não sem algum prazer, notou que mal falavam e que nem disso precisavam. O encontro deles, ali, naquela mesma sala de há uns meses atrás, já falava por si.
Mesmo assim, João arriscou: «Já viste bem o caminho que nos trouxe até aqui?».
Luísa sorriu e respondeu-lhe:«Não foi por culpa minha que ele foi tão longo». Ele sabia que não tinha resposta.
«E agora, Luísa, que se segue?», perguntou João, enquanto lhe afastava uma madeixa de cabelo da testa, beijando-a suavemente.
«O que nós quisermos...» - respondeu ela.
Para esta noite, era tudo o que ele precisava de ouvir. Estavam juntos e o momento, mais um, era de Felicidade."
Alexandre Villas-Diogo, "Momentos"
NATAL
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
um dia inteiro sem
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Cálculos temerários
sulcos
só
Consciência
domingo, 13 de dezembro de 2009
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
País da Tarde
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
JUSTIÇA
O infinito sempre nos fascinou...
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Quarta-feira, 9 de Dezembro na RTP2 (trailer)
ESECTV no espaço UNIVERSIDADES da RTP2. Trailer do Programa nº151 da ESECTV. Emissão: 9 de Dezembro de 2009. SOBRE A MÚSICA EM COIMBRA
NESTA 1ª EMISSÃO INTERVENÇÕES DE RUI FERREIRA, DIOGO CABRITA E PAULO FURTADO....
A liberdade é só de fantasia
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
"Alguém sonha"
Na lição de Borges
A uma ilusão mais débil.
Onde a grandeza se exprime
Na ferramenta. Esse instrumento
É a palavra
E esta é, apenas,
Um bocejo da língua,
De todas as línguas.
E o homem, que todas esmerou
Que será?
Se não for, pelo menos,
O demiurgo mágico.
E, nesse Infinito,
Pode ser que ainda haja
Atrás do Início.
Além da barreira do entendível.
Com toda a certeza.
(usando as palavras, talvez a ideia, de J.L.B.
na Inscrição de Os Conjurados, 1985)
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
palavras só respiradas
madrugada
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Aos que continuamos a ver
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
servíamo-nos de palavras longas que nos separavam
Herta Muller (Prémio Nobel 2009)
A terra das ameixas verdes (Herztier)
Tradução de Maria Alexandra Lopes, Difel, 2009
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Morrissey
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
"todos nós falhámos na tentativa de corresponder ao nosso sonho de perfeição"
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Uma Praça a ler e visitar
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Para lá da espuma das polémicas
Para a nossa correspondente em Lisboa
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
noite salgada
Palavras
Na medida em que as palavras se banalizaram e em que a sua função de signo suplantou o seu carácter de valor, a linguagem contribuiu, com a civilização científica (eu diria mediática), para empobrecer a percepção, a despojá-la das suas implicações afectivas, estéticas e mágicas, e a esquematizar o pensamento."
Claude Lévi-Strauss, Les structures élémentaires de la parenté. Paris, Mouton, 1967. P. 569
terça-feira, 10 de novembro de 2009
sábado, 7 de novembro de 2009
Bendito Novembro
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Grande País, the best
Todos o sabem...
terça-feira, 3 de novembro de 2009
As horas...
Tenho uma confissão a fazer. Nos meus tempos de estudante, passei apenas a sintonizar a Rádio Universidade de Coimbra, lá para o meu segundo terceiro ano. E era um ouvinte esporádico, preferindo os discos compactos, compilações em jeito de banda sonora para aguentar o queimar de pestana.
Nos primeiros anos, a telefonia "rádio-despertador" servia mais para ouvir relatos de bola ou então para amanheceres tardios, marcados por um alto volume fanhoso que saía da única coluna.
Contudo, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e aparecem novos gostos. Na verdade, lembro-me bem, foi durante uma dessas sessões de estudo, à volta do direito dos conflitos - conceitos-quadro e reenvio - que, ouvindo a Rádio Comercial, me dei conta de um programa que, nesse final de ano de 2001, lá passava, a partir da uma da manhã, até às três - "A hora do Lobo" de António Sérgio.
Tal como ele resumia, era um programa dedicado "ao pensar alternativo", fora da mainstream, com "unicórnios e ciborgues" - uma crónica em voz feminina, fantasias urbanas e textos de vanguarda - e repleto de música com conceito - algo que se poderá resumir ao label do indie, mesmo sem passar muito tempo a saber o que isso realmente pode ser.
Nessa altura, entusiasmado por ter encontrado algo diferente, dei-me até ao trabalho de fazer também algo completamente extravagante - gravei algumas emissões em cassete. A razão de ser de tal anacronismo prendia-se, por um lado, com esse ambiente de madrugada oculta que o António Sérgio para mim imprimia no programa, e, por outro, porque, para saber quem era a banda, o cantor, ou a música que tinha passado e me tinha agradado, tinha de ouvir tudo de novo. A voz grave do António Sérgio - longe de qualquer defeito de dicção, nada disso - não me facilitava o trabalho de apontar numa lista aquelas que eu queria que fossem as minhas aquisições musicais seguintes.
Entretanto, "A Hora do Lobo" acabou na sequência daquilo que, para mim, na altura, foi o grande erro da Rádio Comercial: a mudança para um formato mainstream, de um sofrível pop - rendição feita às massas, que, no final de contas, também é certo, geram indirectamente as receitas necessárias ao pagamento dos salários e à sobrevivência económica de qualquer estação.
Perdi o António Sérgio de vista, durante uns anos até o ter descoberto novamente na Antena1, se a memória não me falha, num programa que, mesmo sem ser do "Lobo", tinha "As Horas" bem preenchidas, cheias de boa música. E foi com o António Sérgio que descobri bandas como os "Gothic Archies" e outras do género.
Mas também por estes lados, foi um luar de pouca dura.
E, no fim de tudo, vejo que agora cheguei atrasado... Perdi-me nas horas e, nem de propósito, descubro, esta noite na Rádio Universidade de Coimbra, o último "Viriato 25" - o programa, que, a nível de rubricas e estilo, repete e me faz recordar a "Hora do Lobo".
Os desencontros são algo desagradável. E apenas lamento não ter dado conta por onde é que o António Sérgio andava nestes últimos tempos. Ao ter ficado a perder, só me comprometo com uma coisa:
Com a memória de um dos melhores locutores do nosso "som da frente".
domingo, 1 de novembro de 2009
A seda e o som do mar
sábado, 31 de outubro de 2009
Parabéns, de tão merecidos
e nos enche de vivas magnólias
Pelo tempo que não conta...
aos anos que nunca passam
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
A Insustentável Leveza da Ignorância
Richard Zimler
Jornal Público de 27 de Outubro de 2009
Tradução de José Lima
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
sábado, 17 de outubro de 2009
Bocage
Quantas vezes me lembro horrorizado!
Ó monstro! Quantas vezes tens tragado
Do soberbo Oriente os domadores!
Parece-me que entregue a vis traidores
Estou vendo Sepúlveda afamado,
Co'a esposa e co'os filhinhos abraçado,
Qual Mavorte com Vénus e os Amores.
Parece-me que vejo o triste esposo,
Perdida a tenra prole e a bela dama,
Às garras dos leões correr furioso.
Bem te vingaste em nós do afoito Gama!
Pelos nossos desastres és famoso.
Maldito Adamastor! Maldita fama!
SONETOS
José Manuel Maria Barbosa du Bocage
Sem título, nome ou paciência
1
entrei “na noite pelo lado onde há menos gente”
porque o silêncio se esbate só contra
os rostos vagos dos granitos nas calçadas
e posso respirar o sereno olhar
do que não vejo.
a cidade, essa, a cidade
grita no reverso do meu passo
e engole o eco do que adivinho. lá longe
uma mulher de espuma, junto do mar,
retribui uma palavra que perdi há décadas
quando me açoitava
nas turbulências da multidão.
“eu enlouqueço com a doçura
dos meses vagarosos”, este fevereiro tem
os mesmos 1000 anos como tinha há trinta,
exactamente quando enlouqueceste
o beijo que se partiu na minha boca
e nunca mais fui homem
de trincar outros desejos
(e nem)
de desejar bocas novas
perdido
sem me entregar
perdido
a esperar
sem esperar
só aceitar (apenas)
o aguardar da noite: que
a artificiosa luz me prenda de consolo.
(dois decalques de herberto helder, peço desculpa...) 16.02.2009
terça-feira, 13 de outubro de 2009
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Asterix
O desenhista Albert Uderzo e o editor Albert René publicarão em 22 de outubro ao redor do mundo a obra "L'anniversaire d'Astérix et Obélix, le livre d'or" ("O Aniversário de Asterix e Obelix, o livro de ouro", em tradução livre), o último álbum do herói gaulês, que completa 50 anos.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
domingo, 4 de outubro de 2009
O Jardim do Éden
O Jardim do Éden
Ernest Hemingway
Colecção Mil Folhas
Julho de 2002
Tradução de Ana Maria Sampaio
sábado, 3 de outubro de 2009
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
O meu voto? Eu é que o deposito!
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Momentos
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
- Há uma data na varanda desta sala - disse Germana...
Sento-me aqui nesta sala vazia e relembro.
VERGÍLIO FERREIRA, aparição
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Art
Joseph Kosuth,1969
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
sábado, 19 de setembro de 2009
«Entre o Pinhão e a Régua»
e arqueio sobre o cobre dos teus fios
as lágrimas encobertas
atrás das pétalas
dos meus olhos, a enxugar
sem reparar no rosto imóvel
do homem gordo que não repara
além do centeio
com que aplaca um flamengo pele-vermelha
e sonolenta a tarde, entre dentes. Se
for descoberto digo o rio a beber as vinhas
aceito a saudade translúcida. São
tão piegas os homens e
tu continuas a dormir
quando a Régua nos abraça as costas.
Antes disso,
evito que ganhe corpo de pensamento
um segredo que o coração bombeou na artéria
(te dissesse amor
enquanto sonhas
porque o sonho lacra os desejos)
…
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Sonho de uma noite de Verão
mão ante mão, palmeio o branco do linho
até pousar no busto do teu silêncio.
Continuo a sonhar,
deixando enrolar os dedos nos
novelos de seara que desleixas
e sigo ao vermelho dos teus lábios
saltitando
cada textura que me enerva o sentido.
Não acordo a tempo
de confirmar uma ausência de décadas;
persigo esse corpo, que
cristalizou em forma de presente.
Antes de repartirmos, lençol e ele
- em tudo meeiros,
juraras concordar com
a minha certeza d’amor eterno,
este que dura
entre o decesso e a ressurreição do sol
e se completa
com o gesto eterno de um momento.
Prossigo o sonho
pressinto o dia,
alvorece.
E entrego-me a sombras
que te podem confundir com o desejo.
Quando desce à terra o onírico passo
é pesadelo de brusquidão de dia
e
se insisto no braço já dormente
dez anos são o tempo justo de um vazio no linho.
Adivinho
e
rogo que o sonho me apodere;
se Deus quiser, se eu souber
dormirei no teu uníssono a vida toda,
inteira medida
de não acordar a tempo:
por um momento a eternidade gela
e dormita junto do teu corpo.
Um beijo, bela.
(27.06.2009)
«Quanto Mais Se Vê, Melhor É!»
Absurdo
é um absurdo.
Absurdo é estarmos sentados nele,
olharmos pela janela
e não vermos senão as costas da noite.
Absurdo
é haver absurdo.
- e nós, com água pela boca,
esbracejarmos nele.
A. M. Pires Cabral, Que Comboio É Este
Pulsação
entre trilhos
impassível como um pêndulo
que se limita a cumprir
as leis da física.
E eu oscilo com ele.
Tentei uma vez a insurreição:
inclinar-me para o lado esquerdo
no momento em que o comboio se inclinava
para o lado direito,
e vice-versa.
Mas não consegui.
Está muito fundo em mim o jeito de oscilar
ao sabor do inimigo.
Como se fosse o seu par
numa dança brejeira.
Ou como se ele fosse
a minha pulsação.
Ou como estando eu já
no interior da morte.
E tão solidário me tornei
que mesmo que algum dia me apeasse
oscilaria sempre vida fora
com aquela cadência do comboio
inscrita nos passos.
(No sangue, em todo o caso,
talvez não.)
A.M. Pires Cabral, Que Comboio É Este
Poesia Portuguesa Contemporânea, teatro de vila real, 2005
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Citações (I)
sábado, 12 de setembro de 2009
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Trilhos
“Quero ter uma filha contigo.” Dizia eu, sempre que sentia o tempo voltar ao seu trilho. Beatriz mantinha-se calada, aspirando o fumo do cigarro...
terça-feira, 1 de setembro de 2009
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Estrela
Gore Vidal
Ontem de manhã, ao entrar para a sala de aulas, fui interpelado por um estudante cristão que me perguntou com uma velhacaria mal disfarçada: - Já sabes do imperador Teodósio? Aclarei a garganta, pronto a investigar a natureza da pergunta, mas ele antecipou-se-me: - Foi baptizado. Não fiz comentários. Hoje em dia nunca se sabe quem é um agente secreto. De resto, a notícia não me surpreendeu tanto quanto isso. Quando Teodósio adoeceu, no Inverno passado, e os bispos se pousaram em cima dele a rezar pela sua cura, soube que, se recuperasse, eles haveriam de reivindicar a fama e o proveito de o terem salvo. Não morreu. Agora temos um imperador cristão no Oriente para fazer parelha com Graciano, o nosso imperador cristão do Ocidente. Era inevitável.
Juliano, trad. de Carlos Leite, Dom Quixote, 1990
(e até ao próximo Verão, que este está a partir)