Finjo tombar no sono
e arqueio sobre o cobre dos teus fios
as lágrimas encobertas
atrás das pétalas
dos meus olhos, a enxugar
sem reparar no rosto imóvel
do homem gordo que não repara
além do centeio
com que aplaca um flamengo pele-vermelha
e sonolenta a tarde, entre dentes. Se
for descoberto digo o rio a beber as vinhas
aceito a saudade translúcida. São
tão piegas os homens e
tu continuas a dormir
quando a Régua nos abraça as costas.
Antes disso,
evito que ganhe corpo de pensamento
um segredo que o coração bombeou na artéria
(te dissesse amor
enquanto sonhas
porque o sonho lacra os desejos)
…
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1 comentário:
SUBINDO O DOURO
Provo nas uvas este pendor
do vinho
sobre a casa
A boca decepada
Pelo muito de água
cavam as mãos
a prumo, o trabalho
do sol
Só a terra resiste
ao culto
desta c/idade.
Vergílio Alberto Vieira
a idade do fogo
limiar
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