(no corredor de ziguezagues que se despedem
em louvor de escuro e dormência)
há uma luz que só se apaga aos teus olhos.
ao fundo da rua
(confundida nas acácias sem flor)
despejas a trança na camisa alva
e socorres do tédio
os lábios das manhãs.
vejo-te como um grito
- sereno de silêncio -
deixando mar na cidade por abrir
e sal que sulfure
as almas melancólicas
dos teimados.
lanças-me beijos de espuma
em papel de folhas de plátano, e voas
pedaço de nuvem
que guardei depois do olhar,
antes da memória.
1 comentário:
há uma luz que só se apaga aos teus olhos. lembro-me do cinema, quando olhava-mos fixamente as luzes da plateia e só uma permanecia acesa e só para quem persistiu. belo. só conseguimos realmente ver o que insistimos.
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