quarta-feira, 30 de abril de 2008

De outro modo não haveria...

É assim porque, como bem sabemos, os poetas não escrevem sobre aquilo de que detêm o conhecimento, mas sobre aquilo de que não possuem a última palavra; não o fazem porque não sabem mais, mas porque querem a todo o custo saber com mais precisão. É este conhecimento imperfeito, é este sentimento de profunda estranheza que os leva a pegar no cinzel, na pena ou na lira. (A cólera, o luto, a exaltação, o dinheiro, etc. são completamente secundários.) De outro modo não haveria poemas, romances, peças de teatro, etc., mas tão-só comunicados. – Patrick Suskind, Sobre o amor e a morte.

13 comentários:

Anónimo disse...

Não haveria, não houvera, nem hão.

Anónimo disse...

Hão,
Hão.

Anónimo disse...

Ou, então, não.

Anónimo disse...

miau?

Anónimo disse...

Gato não é gramática, é ortografia.

Anónimo disse...

E biscoitos.
E bolas de jornal.
E peixe cozido.
E ronronar.
E adormecer ao sol.

Anónimo disse...

Claras alusões a Fialho de Almeida?

Anónimo disse...

"Por que palavra começar, por que desordem?...

Nunca sei o que me trazem as palavras, elas gostam tanto de me surpreender..."


in Memória Doutro Rio

Eugénio de Andrade

Anónimo disse...

Não, são ilusões ao Fialho Gouveia

Anónimo disse...

Com tanto gato, pensei.

Anónimo disse...

Comunico apenas, à falta de outro saber, que é sobre o amor este comunicado.

Mesmo que mais não diga

Anónimo disse...

O que existe são coisas,
não palavras. Por isso
te ouvirei sem cansaço recitar em búlgaro
como olharei montanhas durante horas
ou nuvens.
Sinais valem palavras,
palavras valem coisas,
coisas não valem nada.
Entender é um rapto,
é o mesmo que desentender
.....

Adélia Prado

Anónimo disse...

Eu fiz um livro, mas oh meu Deus,
não perdi a poesia.
Hoje depois da festa,
quando me levantei para fazer café
uma densa neblina acinzentava os pastos
as casas, as pessoas com embrulho de pão.
O fio indesmanchável da vida tecia seu curso.
persistindo a necessidade dos relógios,
dos descongestionantes nasais.
.....

Adélia Prado