pena, pena é não se arrancarem todas. suavemente.
Olho o mar que se deixa enfeitar de rocha,como uma mesa que nos oferece a iguaria. E, feliz, respiro a maresia...
há no firmamentoum frio lunar.um vento nevoentovem de ver o mar.quase maresiaa hora interrogae um angústia friaindistinta voga.não sei o que façanão sei o que penso,o frio não passae o tédio é imenso.não tenho sentido,alma ou intenção...'stou no meu olvido...dorme, coração...
Paira à tona de àguauma vibração,há uma vaga mágoano meu coração.Não é porque a brisaou o que quer que sejafaça esta indecisavibração que adeja,Nem é por porque eu sintauma dor qualquerminha alma é indistintanão sabe o que quer.É uma dor serenasofre porque vê.tenho tanta penasoubesse eu de quê!...(ainda) Fernando Pessoa
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3 comentários:
Olho o mar que se deixa enfeitar de rocha,como uma mesa que nos oferece a iguaria. E, feliz, respiro a maresia...
há no firmamento
um frio lunar.
um vento nevoento
vem de ver o mar.
quase maresia
a hora interroga
e um angústia fria
indistinta voga.
não sei o que faça
não sei o que penso,
o frio não passa
e o tédio é imenso.
não tenho sentido,
alma ou intenção...
'stou no meu olvido...
dorme, coração...
Paira à tona de àgua
uma vibração,
há uma vaga mágoa
no meu coração.
Não é porque a brisa
ou o que quer que seja
faça esta indecisa
vibração que adeja,
Nem é por porque eu sinta
uma dor qualquer
minha alma é indistinta
não sabe o que quer.
É uma dor serena
sofre porque vê.
tenho tanta pena
soubesse eu de quê!...
(ainda) Fernando Pessoa
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