sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

29.02.1996

(ao amigo AV)

Tantos os anos que lá vão, nem os contei
Mas vejo ser muito o tempo a ti roubado
Ou, talvez, descrente, sequer eu reparei
Que continuarás em Céu mais abrigado.

Como não entendo a vida que nos dão
Ainda menos entenderia uma vida outra
Deixo só uma palavra pobre de gratidão
Por aceitar que nos guardes aquela Porta.

No mais, muito mais que pouco digo
Manda a saudade que o verbo traça;
Só na aparência não estamos contigo
Só na pequenez a morte é uma desgraça.