quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Lisboa I

Ao longe um barco sem flores
deixa no Tejo um risco de sofrimento;
dizes que trarão saudades
os contentores vermelhos que o engordam;
deixo seguir a vista; imagino o deleite
com que reinventas essa poesia do concreto.
Alfama parece um lego, e
umas ceroulas penduram-se num fio
como podia ser nas unhas duma gaivota;
tão surreal assim, o resto de cerveja
espuma-me uma confidência, e eu: "vamos"!
Lisboa, tarde de um ano que chegará.

Sem comentários: