segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Gore Vidal



Ontem de manhã, ao entrar para a sala de aulas, fui interpelado por um estudante cristão que me perguntou com uma velhacaria mal disfarçada: - Já sabes do imperador Teodósio? Aclarei a garganta, pronto a investigar a natureza da pergunta, mas ele antecipou-se-me: - Foi baptizado. Não fiz comentários. Hoje em dia nunca se sabe quem é um agente secreto. De resto, a notícia não me surpreendeu tanto quanto isso. Quando Teodósio adoeceu, no Inverno passado, e os bispos se pousaram em cima dele a rezar pela sua cura, soube que, se recuperasse, eles haveriam de reivindicar a fama e o proveito de o terem salvo. Não morreu. Agora temos um imperador cristão no Oriente para fazer parelha com Graciano, o nosso imperador cristão do Ocidente. Era inevitável.

Juliano, trad. de Carlos Leite, Dom Quixote, 1990

(e até ao próximo Verão, que este está a partir)

6 comentários:

Passiflora Maré disse...

É assim a vida e o poder...
Então até ao próximo Verão, caro Júlio.

Onda disse...

Vai e volta depressa. Boa sorte.

Elaine disse...

Olá! Também li esse livro e gostei muito. Vc teria como me conseguir um exemplar aí de Portugal para minha coleção? Sou brasileira e Tenho como conseguir a edição brasileira para trocarmos, caso se interesse me avise. Um abraço, Elaine

Elaine disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
AugustoMaio disse...

Vou ver se (o) encontro

Elaine disse...

Ok! Estou aqui torcendo para que vc o encontro. Gostaria muito de tê-lo em minha coleção.
Um abraço.