quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Despedida

Abordamos a margem esquerda e ficamos a olhar aquela colina preenchida de casas, suavemente afagadas por um Sol primaveril. Beatriz veladamente despedia-se de mim e daquela urbe. Ela descrevia como esta cidade era cada vez mais confinada, de tal forma que não deixava as pessoas crescerem. “Aqui sinto-me estrangulada. Esta cidade é pequena demais para mim…” Mas a voz dela parecia demasiado distante, de alguma forma embaciada pela lonjura de distantes dias que partilhamos. Eu apenas conseguia concentrar-me na imagem da cidade que se ia enrolando numa espiral ascendente, tentando atingir aquela torre que na realidade apenas a esmagava, como uma serpente que por uma qualquer razão idiota renega o seu corpo e tenta a todo o custo destruí-lo.

1 comentário:

Eu sei que vou te amar disse...

Algumas cidades sao apenas uma mera miragem em nossos sentimentos, onde a despedida e mais facil de suportar!
Beijo doce