quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Só por aventura

Pode ser que esteja louco, mas porquê…
Se os poemas saltam em bravura.
Já ninguém sente, ninguém os lê;
Só os faço em (memória) da tua…
Descompostura?
Formosura?
Não; só mesmo assim por aventura.

4 comentários:

Passiflora Maré disse...

Caro Augusto, e com uma pena assim suave e venturosa, quem não faria o poema assim, só por ventura!!!!

fgiucich disse...

La aventura es, también, una fuente de inspiración. Abrazos.

Carla disse...

porque em tudo se pode viver uma aventura!
beijos

Anónimo disse...

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade