domingo, 24 de agosto de 2008

Canto 19.º

Parei ao sol uma manhã de verão
e vi as estrelas
cheias de pessoas, como outrora,
para o mercado da seda.
Os casulos nos sacos
empolavam os aventais das mulheres.
Mas de repente desapareceu tudo
e eu era um prego no meio da praça
fazendo uma sombra quente.

Tonino Guerra, O Mel
(trad. Mário Rui de Oliveira)

2 comentários:

Mello disse...

Bonito Poema!

Afinal o que somos nós no meio da multidão e quando estamos sós?


Graça Mello

AugustoMaio disse...

Sem dúvida.
Um prego no meio da praça e as estrelas cheias de pessoas...