terça-feira, 29 de abril de 2008

POEMA do DIA

E agora aqui estou sobre esta página
em pousio de Sol, à espera da Palavra
que desperte a tarde e acenda o lume
dos afectos ausente.

Longas são as sílabas deste exílio,
deste longo inverno lusitano
de ânforas vazias, estrelas apagadas
sobre o charco dos dias.

Tenho a alma dorida como o vento
quando rasga a sombra do seu corpo:
remorso de partir e não chegar
onde meus versos me chamam.

ANTÓNIO ARNAUT
As Sílabas Deste Exílio, Foro das Letras 9/10

2 comentários:

Anónimo disse...

"Pórtico
Nasçam asas nos versos que semeio
E voem poemas sobre a terra em pranto:
Outra coisa na vida não anseio
Do que ser a memória do meu canto.

O destino do homem é caminhar
Descobrir o sentido do caminho
Até encontrar
O pássaro do sonho no seu ninho"

António Arnaut
"Por este caminho"

Anónimo disse...

Quero ficar assim, boca na boca
Contigo me deitar, boca na boca
Não conseguir dormir, boca na boca
E a noite assim passar

Eu sem que tu também sonhas mas não me queres dizer
É talvez por teres vergonha que dizes não me querer
O desejo que te invande é bem igual ao meu
Vem antes que seja tarde dá-me tudo o que é teu

Eu sei que tu também queres mas teimas em esconder
Não é preciso dizeres pois dá para entender
Bem no fundo dos teus olhos por baixo desse véu
Faço parte dos teus sonhos, ai como tu dos meus