segunda-feira, 14 de abril de 2008

POEMA do DIA

Respiro até doer o teu suor
no ar condicionado do meu quarto
e faço amor contigo por amor
que de yves saint laurent já eu estou farto.

E desperto depois. E depois parto
sem lágrimas nos olhos. Sem calor.
O amor não saberei se soube dar-to
ou se ao menos o fiz, o que é pior.

Ponho à saída o cachecol de lã
e vou ao monte carlo quase cheio
pedir italiana e croissant.

E esqueço-me de ti enquanto leio
as primeiras notícias da manhã
deste dia escuro baço e feio.

JOAQUIM PESSOA
Respiro até doer o teu suor, Português Suave

5 comentários:

Anónimo disse...

Doi a valer,
digo eu, deve doer
essa tristeza de ver
que não se pode saber

O amor,
sim, isso que se foi fazer...

Anónimo disse...

"Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,
manhãs e madrugadas em que não precisamos morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra
em nós uma grande serenidade, e dizem-se as
palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas mãos.
Com doçura.
Aí se contém toda a verdade suportável :
o contorno, a vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o
sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do mundo infatigável,
porque mordeu a alma até aos ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres
como a água, a pedra e a raíz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.

José Saramago
NA ILHA POR VEZES HABITADA

Anónimo disse...

"Tenho para mim que ler poesia com a voz não pode ser nunca só conhecê-la e dá-la a conhecer.
Ler poesia é torná-la nossa, que a voz, tanto como os olhos, quer se queira quer não, é espelho da alma.
Ler poesia é como representar, é inventar quem fala, é reinventar um poeta e recriar o momento de escrever.
Por isso é importante escolher o que se lê, não ler qualquer coisa, amar o que se diz, decidir que palavras vão passar a fazer parte de nós e serão daí em diante também nossa memória e nos irão ajudar também a escrever e a ler novas palavras, a estar com os outros."

Luís Miguel Cintra

Anónimo disse...

"Nós somos aquilo que fazemos repetidamente.
Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito."

Aristóteles´

...o que é pior!

Anónimo disse...

.."Por isso é importante:
-escolher o que se lê,
-não ler qualquer coisa,
-amar o que se diz,
-decidir que palavras vão passar a fazer parte de nós
-e serão daí em diante também nossa memória"

Luís Miguel Cintra