quinta-feira, 20 de março de 2008

Pastelaria Catita (I)

Tinha o coração desarrumado, logo naquela hora do dia em que o Sol se habituou a mandar beijos, trinados num “até amanhã”. As acácias já não filtram as venturas luminosas e, com o tempo em que se perdera, receava perder o troco dos olhos, que marcara na agenda rosa, semana e meia passada. Mesmo assim, desceu à Baixa em passo de andarilha, socorrendo-se do primeiro Amarelo. Foi com a Pastelaria Catita ao alcance da vista (nesse instante preciso o dia soltara o derradeiro beijo) que viu o vulto fugidio do senhor Calisto. Não era menina de arremessar um grito. Não! Nem com o sentimento a pressionar-lhe a garganta. Susteve a lágrima e o passo.

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