Palavras que ainda oiço agora
deslizam entre
a caixa da costura e os panos.
Abre-se as gavetas em escada,
cheias e ecos.
Os panos estão velhos e corroídos
por um pó azul estelar.
Sei-o porque hoje
bateu no céu o vento como panos.
Devagar abre-se
a caixa da pobreza de Pandora
que nos oferece desde o nascimento
a sua escassez.
FIAMA HASSE PAIS BRANDÃO, Cenas Vivas
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3 comentários:
"Nós somos casas muito grandes, muito compridas. É como se morássemos apenas num quarto ou dois. Às vezes, por medo ou cegueira, não abrimos as nossas portas."
António Lobo Antunes
"Sê paciente, espera que a palavra amadureça e se desprenda como um fruto ao passar o vento que o mereça"
Eugénio De Andrade
Grandes dizeres, grandes palavras...
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