quarta-feira, 19 de março de 2008


3 comentários:

Anónimo disse...

A falta de arte para destruir o dia





No Céu estejas sem torpor,
rodeado de anjos
desses que os livros
que não lias...
estampam a fingir de amor


Pudera eu abraçar-te agora
rodear o teu corpo
com o meu deserto
ainda assim, maior que o meu aperto

Desce, anda daí!
Vamos beber um copo
Entornar vinho tinto, aguardente
Eu sei lá…
Tudo o que vier, virá!

Dizes-me que estou crescida
Pergunto-te se já não fumas
Respondes-me com ar trocista
Não há tabaco nas tumbas!

Anda ver a cidade
Vê como tudo mudou
(ah desculpa não conhecias)
Mas mesmo assim se alterou

Olha, aqui está o meu filho
Teu neto, tua pertença
Teu sangue que aqui fervilha
Em veias da tua herança

Repousa na minha cama
De boa graça ta dou
Só espero que te não assaltem
Os sonhos que ela deitou

Anda ver o mar comigo
Está a um passo …mesmo ao jeito
É certo que não tem barcos
Mesmo assim, sossega o peito

Olha-me para esta gente
Sem trouxa nem cantoria
É diferente do teu tempo
Ainda que de barriga farta
Esvaída de alegria


Leva-me um farnel contigo
Nessa viagem de lonjura
De saudades, enche-o bem
Que disso tenho eu fartura

E se tens já que partir
Por este momento findar
Leva contigo uma lágrima
Ficam outras a sobrar

Leva moedas também
Não vá o barqueiro azedar
Dá-lhe cumprimentos meus
Até à altura de eu chegar

But, not yet, not yet!



Antónia (numa longa noite de fado)

Anónimo disse...

Do céu devem ter lido
o hino que trinou do fado.
Neste blog foi ouvido...
e acrescento, em respeito: obrigado.

Stay alive.

Anónimo disse...

Obrigado a.m.
Foi só um momentito, já passou.


Antónia