É verdade
Que me pergunto vezes a mais
Porque receio ouvir-te nos meus sonhos
Quando suo suores e solto
Ais
E da tua ausência vejo
Fantasmas medonhos
Será de gostar que tenho medo e me arrepio?
Será a tua voz mesmo suave que me enche de frio?
Anteontem fui para a cama mais cedo
Esperando que o sono viesse
E que se fosse o medo
Arriscar o receio de te pensar
E o mesmo de te perder
(eu sei que não vai dar,
que vou continuar a tremer)
Amanhã cedo o Sol talvez se finja de amigo
Teimando-me que qualquer ideia é um perigo
Não valendo de nada fugir ao pensamento
Seja de ti e da história que nós tínhamos guardada
Como se por um gesto, num escasso momento
O tempo do mundo fosse uma coisa de nada
E eu vou inventar a vida de um dia inteiro
Distraindo-me da tua imagem com coisas que nem sei
Dissimular que te esquecendo pareço porreiro
E que posso findar as coisas que comecei
Mas é tudo mentira e não sou um feiticeiro
Nem consigo explicar-me porque tanto te amei
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3 comentários:
talvez o amor não se explique.
talvez só aconteça...
Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.
Fernando Pessoa
...
"Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma nao é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu."
Fernando Pessoa
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