Quando fores velhinha, de cabelo branco
Continuarás a sentar-te feliz junto do mar
No banco onde ainda t’espreito de espanto
E ver-te é um exercício inteiro de sonhar.
Os dedos já falharão os traços de artista
Com que me pintaste o tempo toda a vida
O areal, o verde não abarcará a mesma vista
Porque foi comprida a tua missão cumprida.
Temo a saudade de olhar o banco, apenas
E ver-te tal e qual, mas sem te ouvir a voz
Ainda que no lembrado olhar dites poemas
A dizer-me que nós dois nunca estamos sós.
Cem anos que eu vivesse te sentiria
Em cada instante que cerro os olhos
É impossível não respirar a maresia
Que contigo se mistura em meus sonhos.
(1.ª versão)
domingo, 24 de fevereiro de 2008
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5 comentários:
Já se esqueceu do que disse um dia?
"até ao fim
a gente se apronta
no mar que desponta
junto a..." SI!"Mãe/Mar"
"Bela Foto"
... quer dizer (a quem quer que diga)que o mar nunca esquece e paciente aguarda no seu espelho o nosso apronto.
(na espuma dos dias)
...
nem quando na onda faço d'espuma
e o azul do mar serve de espelho.
Filho
Tesouro emcantado,
Que em mim vieste nascer
Já és rapaz, já és homem
E eu nunca te vi crescer
Ainda que sejas velho
E eu velhinha também
Serás sempre pequenino
Nos olhos da tua Mãe.
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