terça-feira, 9 de agosto de 2011

Acercam-se as sombras,
tão longe despenha-se o sol, algures no mar.

As casas são baixas, alinhadas em declive,
os telhados oblíquos,
os pátios circulares, em repouso a esta hora.

Vastas são as vinhas e os terraços,
vastas as vagas de um mar próximo, as pegadas
na praia agora deserta,
recolhidos os remos e as redes,
recolhida a minha vida.

Nada espero senão esta hora já lenta,
uma lua cheia de cio e aflições,
o regresso dos homens e dos cães, a treva.

Que cheguem.

José Agostinho Baptista, Morrer no Sul

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