quinta-feira, 4 de novembro de 2010

E quando a chuva cai, vai-se a memória

Lá fora a chuva chora pingos suados
e tal como a mão dedilha no baço da vidraça
escrevo no vento as sílabas do teu nome
(a primeira é mar, espuma de desejo)
e os plátanos vestem de branco folhas
de lenços de dizer saudade.

Há um concerto de glórias roucas
quando m'aperto ao mundo
a reviver o teu adeus;
e o vento regressará
em nome do nome que te lembro.

4 comentários:

Juliana M. Mesquita disse...

Ah.. quando a chuva cai.. o quanto nos faz pensar. Se vão memórias flutuando..

Unknown disse...

Este dedilhar das palavras, caro amigo... maravilhoso!

Anónimo disse...

Cai e vai, quando vai e cai.

A.M.M. disse...

Só hoje tomei conhecimento deste naco de verdadeira poesia! Tudo que leio de Augusto Maio me faz acreditar que estamos perante um poeta de Grande Inspiração, que maneja as palavras de modo a torná-las fotografias de sentimentos ou estados de alma. Pena será se (penso que por excessiva modéstia)não se der ao cuidado de editar.