terça-feira, 9 de junho de 2009

"E nunca mais acabará(s) de regressar"

Daniel Augusto da Cunha Faria nasceu em Baltar, concelho de Paredes, a 10 de Abril de 1971. Licenciou-se em Teologia na Universidade Católica Portuguesa (Porto) e em Estudos Portugueses na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Esteve ligado à paróquia de Santa Marinha de Fornos (Marco de Canaveses) onde, com rara sensibilidade criativa e escassos recursos, encenou As Artimanhas de Scapan e o Auto da Barca do Inferno. Recebeu vários prémios de poesia e conto e colaborou em revistas como a Atrium, Humanística e Teologia, Via Spriritus e Limiar. Publicou seis livros de poesia, reunidos no volume Poesia (edição de Vera Vouga, edições quasi): Uma Cidade com Muralha, Oxálida, A Casa dos Ceifeiros, Explicação das Árvores e de Outros Animais, Homens que são como Lugares mal Situados e Dos Líquidos. O Livro do Joaquim é uma espécie de diário, publicado, também em reprodução facsimilada, em Maio de 2007 pelas edições quasi.
Dele dizem que viveu 28 anos “a respirar como um clarão”. Teria uma visão muito “descrente” da morte, deixando nos seus escritos a ideia libertadora de passar a margem. A 11 de Agosto de 1993 escrevia n’ O Livro do Joaquim que “A morte é a única boca que alimento. Os seus olhos tão próximos dos meus olhos, e só o sofrimento os desune” e, a 31 de Janeiro do ano seguinte: “Não cumpras todas as promessas É um modo muito triste de morrer”.
E, a 9 de Junho de 1999, exactamente há 10 anos, faleceu, depois de ter sofrido um improvável acidente doméstico no Mosteiro de Singeverga, onde era noviço.

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