terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Vinhas a correr

vinhas a correr do sótão do nada,
onde se deixam fés, por mais antigas
e as esperanças se permutam
por idênticos riscos. passaste
no meu olhar
sem parares de não me ver,
e nem o respeito dos abraços antigos
te comoveu o passo. fui-me. de
olhos a nublar as ruas
(onde gentes faziam
de marcos de correio boquiabertos ou
de estátuas paralíticas)
e deitei-me no lugar
onde repousa uma cama
cheia de espaço,
e a mesa, na manhã,
ria-se da insane ironia
dos dois pratos. o carro
não ligou às circunstâncias
e eu desisti de te ligar,
mais tarde.
o dia demorou quarenta e oito horas
(habituado a ser teu e meu)
mas nem uma lágrima deixei cair.
vingativo. como o destino.
ele mesmo.

1 comentário:

S. disse...

Bonito :)