domingo, 15 de fevereiro de 2009

mas... claro!

Fosse eu um espelho
onde sempre me visses!
Fosse eu o teu vestido,
para me trazeres sempre!
Eu queria ser a água
onde lavas o teu corpo.
Queria ser, mulher, perfume.
para com ele te ungir,
ser a faixa dos teus seios,
a pérola do teu pescoço.
Eu queria ser o sândalo.
Ou, ao menos,
que os teus pés me pisassem.

A uma rapariga, Anacreônticas (poemas de Anacreonte)
Antologia da Poesia Grega Clássica,
tradução e notas de Albano Martins, Portugália Editora, 2009

2 comentários:

Cátia disse...

"Fosse eu"...
[Meros] Desejos e vontades!
[Que fazem diferença numa alma vencida pelo "querer"].

Gostei! :)

Anónimo disse...

(...) ou fosse eu simplesmente a pena que percorre avidamente o corpo que transborda de sensualidade.
O amor é, de facto, um mistério vivencial!
Delicioso!