quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O mar faz de tela


rrrrr
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rrrrrr
rrrrrrrr
rrrrrrrr
O mar faz de tela, ao fundo,
socorrendo-se do infinito para
curvar o areal.
Ela finge não olhar
e reparte o cabelo em
gesto de mão dupla.
Vira-se num arrepio de poder.
Obriga-me a percorrer-lhe o corpo.
Subo e desço aflições.
E penso doravante. Como se esta
palavra bonita
mas (aqui) sem nexo
me chegasse a ela.
Perco o tino da beleza
que lhe acrescento.
Doravante.
Esvazio o vazio que guardara
ao seu preenchimento. E
espero que ela corra,
que estou perdido.
O mar também está
agora por encher.

7 comentários:

Passiflora Maré disse...

Sei lá, talvez nem seja apropriado pronunciar-me sobre um tal "arrepio de poder"...
Sobre uma possibilidade única de "achamento" em dois corpos, que pretendem encher-se...
Sorry.
Saio de mansinho e sem perturbar...

hora tardia disse...

e diria o mesmo....posso?









obrigada.

AugustoMaio disse...

Pois pode dizer... a qualquer hora (ainda que as tardias sempre sejam as mais madrugadoras)

AugustoMaio disse...

Pois agora entendo - cara PM (a abreviatura não tem natureza política, é bem de ver) que a sua cautela é filha de um qualquer comentário pretérito.
Com o sistema de filtros do blog, só podia ser ironia - o dito... - pois quando parece real a ironia é mais conseguida.

Sem embargo, o mansinho é uma expressão gira, que se confunde com o fim de tarde de um Inverno teimoso.

Passiflora Maré disse...

Caríssimo Augusto pareceu-lhe ironia, porque as possibilidades de equívoco do blog são quase infinitas. A minha cautela ficou a dever-se à possibilidade séria, de haver uma destinatária séria, que lhe provocu um tal "arrepio" de poder. Veja a minha segunda frase.
Creia, caro Augusto, que o tenho em tão grande conta que nem ironia faria com uma tal função.

AugustoMaio disse...

A ironia referia-se ao (eventual)comentário causante, não ao seu.
Mas nem teria mal se fosse esteo motivo, pois a ironia (não maldosa, claro) é interessante.

Anónimo disse...

a "foto" inspira. tudo o mais é a beleza da palavra.