sábado, 29 de novembro de 2008

A justiça por um conto

Houve mesmo casos extremos, de homens chegados de novo, que pecando contra Deus e o mundo, se quiseram passar pelo dito, dizendo ser o bendito. Todos eles, sem perdão, foram na hora calados, com suas línguas cortadas e lançadas mesmo às feras.
Passados anos e anos, até séculos digo eu, ficou apenas a lenda, da justiça do Justino, aquele que por ser tão divino, um dia aqui haverá de voltar, para aquela fazer reinar.
E assim esperam sentadas as gentes tamanho milagre!
É que as pessoas, afinal, quando vão a tribunal, por quererem ganhar todas, querem ter para o seu caso solução em tudo igual à do jumento rosado.
É esta a moral da história, nos ensinava na hora, o tio Manuel da Ribeira, perdoando assim tal ideia.
A justiça, digo eu, assim vista pelas gentes, é igual ao centro da aldeia, desnudado pelo tempo e fustigado pelo vento, deixando cair as ideias, como folhas de carvalho sem vontade de criar.
Assim o queiram os homens!
hhhhhhhhhh
Nelson Fernandes, A justiça por um conto, A Contos Com A Justiça

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