terça-feira, 14 de outubro de 2008

Vintage Geek II

Um dos aspectos que mais me atrai na visão futurista que se teve do mundo nas décadas de '50 e '60 - como certamente nas que lhes antecederam - é a versatilidade com que os autores das ideias mais arrojadas exprimiram o que ainda seriam projectos um tanto ou quanto difíceis de alcançar.

Mas realmente é vendo tal criatividade, tal capacidade de pensar "mais à frente", ainda que com os meios disponíveis na altura, que me interrogo muitas vezes se, actualmente - num tempo em que o "dado" e o "construído" ditam os cânones da concepção - vamos sendo capazes de fazer o mesmo.

Muito bem lembrado por quem também gosta destas "geekices".

Originalmente publicado na esplanada.

4 comentários:

AugustoMaio disse...

Tomando por dúvida a interogação final, confirmo a minha. Será que os tempos nos passaram o passo?

Anónimo disse...

Caro Augusto, respondo que sim. E, propondo aqui uma possível discussão cultural, sempre o digo: o mal está todo nos anos noventa. E isto porquê? Porque foi precisamente nessa década que um certo senhor multi-milionário - alta parte contrante com a nossa provinciana república - achou por bem delimitar as regras do jogo e as possibilidades da imaginação a seu bel-prazer e à medida do seu porta-moedas. Deste modo, se é certo que nos anos oitenta ainda era possível acreditar em computadores criativos, capazes até de "tirar cafés", o que é facto é que ficámos reduzidos a umas janelinhas rídiculas que nos formataram completamente a abordagem à máquina. Conceitos como a cibernética e a telemática ficaram formatados a um modelo comercial demasiado simplista, desprovidos de qualquer fenomenologia. Até a própria Internet teve de esperal pelo senhor Gates, apenas porque ele assim o disse. Com isto tudo, deixo outra interrogação: Será que precisava mesmo de ser assim?

Anónimo disse...

O que precisava de ser é o marido pagar as contas à mulher. Essa é que é essa!

AugustoMaio disse...

Sem embargo de melhor estudo, deixo já dito: nunca precisa de ser assim!

Quanto às contas, só mesmo em outro tempo: a crise é agora muito clara (uma crise clara até pode ser um conceito novo, porque a finança está muito escura!...)