quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Sem outro intuito

Atirávamos pedras
à água para o silêncio vir à tona.
O mundo, que os sentidos tonificam,
surgia-nos então todo enterrado
na própria carne, envolto
por vezes em ferozes transparências
que as pedras acirravam
sem outro intuito além do de extraírem
às águas o silêncio que as unia.

Luís Miguel Nava, Vulcão, I

1 comentário:

Passiflora Maré disse...

Belíssimo, caro Augusto, como tudo que escreveu esta semana.