quinta-feira, 30 de outubro de 2008

estende a tua mão contra a minha boca e respira,
e sente como respiro contra ela,
e sem que eu nada diga,
sente a trémula, tocada coluna de ar
a sorvo e sopro
ó
táctil, ininterrupta,
e a tua mão sinta contra mim
quanto aumenta o Mundo

Herberto Helder, A faca não corta o fogo, súmula & inédita

5 comentários:

Anónimo disse...

Corpo Renascido
Canção.
Toco-te e respiras
Sangue do meu sangue.

Cantando é como se dissesse:
Estou aqui.
Cantando eu nego o que me nega
Acto de amor
Coração perpendicular ao tempo.

Cantando é como se dissesse:
Estou aqui.
Na multidão que está dentro de mim.
Recuso a morte cantando
Recuso a solidão.

Canção casa de mundo
Viagem do homem para o homem
Meu pedaço de pão rosa de Maio
Criança a rir na madrugada.

"Manuel Alegre" cantado por Francisco Fanhais

Vanuza Pantaleão disse...

Boa tarde!
Deixem-me mostrar minha ignorãncia, por favor, mas estou retornando ao Augusto Maio? Há tantos compartimentos e autores aqui, me confundo...entretanto, o poema é um encanto, embora não assinado pelo meu amigo Augusto ao qual agradeço pela lembrança!!!Bjs

AugustoMaio disse...

Cara Vanuza:
Obrigado pela visita. O post é meu, mas só. O poema, esse é de um génio, dizem alguns que talvez o maior poeta vivo. Como em tudo... talvez; mas, como disse, um poema fantástico. Pelo menos, assim eu o acho.

AugustoMaio disse...

E também muito bonito, aquele que, sendo Alegre e cantado, nos ofereceu o "respiro".

César Paulo Salema disse...

Assino por baixo. O maior poeta vivo...