terça-feira, 30 de setembro de 2008

Super Trouper

No meu currículo cinéfilo, contam-se pelos dedos de uma mão os musicais que vi. Na verdade, não é um género que me fascine muito, uma vez que a maior parte do tempo é passado a dançar e a cantar, não havendo grande trama dramática, mas apenas muitas carinhas estupidamente bem dispostas.

Contudo, este é o filme que, segundo os meus cânones estéticos, constitui essa sublime excepção. Mama Mia relata uma aventura de descoberta, reencontro e amores perdidos em anos já passados, quando a distância não se media por mensagens de telemóvel ou até mesmo correios electrónicos. Amores de Verão que realmente possuíam esse toque de lenda e nostalgia, traduzidos em vagas promessas de regresso. Um regresso que, no caso do filme, acaba por ser imposto por quem não se contenta em viver como "filha de pai incógnito"!

De facto, é nas vésperas do seu casamento com um garboso grego - não muito ao estilo de Zorba, é certo - que Sophie (Amanda Seyfried) decide vasculhar o passado da sua mãe Donna (Meryl Streep), para descobrir quem, afinal de contas, será o seu pai. Como termo final das investigações, a jovem decide convidar os três candidatos mais prováveis para o seu casamento. E aqui as peripécias mais divertidas começam a acontecer.

Com música dos ABBA, helénicos cenários e interpretações geniais de Pierce Brosnan e Colin Firth - pois descobrimos os seus talentos para as cantigas -, Mamma Mia nunca poderia deixar de me agradar. Uma pérola do revivalismo, cheia de clichés, mas que, mesmo assim, mais do que distrair, refresca - tal e qual como no fim do filme.

Post originalmente publicado aqui.

2 comentários:

Anónimo disse...

Definitivamente a nostalgia invadiu este espaço...De Joy Divison a ABBA, passando por Paul Newman.
Sentimento de época ou sinal dos tempos?
A verdade é que a crua e real actualidade nos faz desejar "outros tempos" mais claros, estáveis e, se calhar, mais juvenis.
Esta nostalgia pós Verão-não-existente só será superada com um Outono vestido de S. Martinho.

Anónimo disse...

Que quer, caro nostálgico-também-disse? Nós somos assim. Clássicos contemporâneos no melhor do Puro Vintage.