domingo, 21 de setembro de 2008

Maratona

No mês de Setembro de 490 a. C., depois de uma primeira tentativa fracassada por causa de uma violenta tempestade lhe destroçou a armada ao largo do monte Athos, o rei persa Dário, o Grande, desembarcou um exército de 15.000 homens na baía de Maratona (40 quilómetros a nordeste de Atenas). Em pânico, os atenienses enviaram um mensageiro (Fidípides) a Esparta, solicitando reforços, mas os espartanos disseram-lhe que só depois de terminado o festival religioso poderiam ajudar. Tendo que enfrentar sozinhos os persas, 10.000 gregos foram batalhando, num resultado incerto.
Em 21 de Setembro – precisamente 2048 anos antes da morte do imperador Carlos V, Carlos I de Espanha – o comandante dos gregos, Milcíades, apercebeu-se que a cavalaria persa voltara a embarcar (certamente para atacar Atenas) e que os reforços vinham a caminho. Decidiu então atacar. A infantaria grega atacou e retrocedeu, criando nos persas a ideia de um recuo. Nessa altura, o comandante fez avançar duas alas reforçadas, num duplo envolvimento, e esmagou os flancos persas, daí resultando um autêntico massacre: enquanto os gregos perderam 192 homens, os persas deixaram 6.400 mortos na planície de Maratona e, recolhendo aos navios, regressaram à pátria. Afastada a ameaça persa e sabendo que a revolta dos Alcmeónidas em Atenas dependia do apoio persa, os gregos enviaram de imediato um mensageiro (diz-se que terá sido de novo Fidípides) a anunciar a grande vitória. Sem qualquer paragem no trajecto, o soldado grego correu os 42 quilómetros que separam Maratona de Atenas e anunciou o triunfo, antes de cair morto de exaustão.
Nos Jogos Olímpicos de 1986, quase dois milénios e meio mais tarde, a prova que ficou conhecida por maratona foi ganha pelo grego Spiridon Louis, no tempo (hoje muito lento) de 2 horas, 58 minutos e 50 segundos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Agora anda pelas duas horas. Quanto teria sido, quando o soldado morreu de tanto correr? Talvez tenha corrido com o equipamento todo, atenta a pressa. Por pensar em pressa, corrida e maratona, há um belo livro de José Luís Peixoto sobre esse tema, contando a história do portugu~es Lázaro (que nome...); creio que é o cemitério de pianos.