segunda-feira, 7 de julho de 2008

Tropeço

Tropeço distraído na glória dum poema
Perdido, caído e lacrado da tua ausência
Reflexo trôpego do que deste por pena
E eu castiguei ao tomar por paciência

Há palavras gastas nos cadernos da garagem
Desenhos brancos nus a inventar dois corpos
Gestos lentos a imitar tolas miragens…
Miragens? Ou imagens de dois mortos?

Há lembrança, desculpas em glória
- Só conta o que sobra da memória!
Bolas, acrescento: - Tudo bem:
(com tua desculpa e minha culpa)
Não sobra ao mundo mais ninguém.

AM / e. u. m.

3 comentários:

Dois Rios disse...

E eu aqui tropecei distraída na glória do teu poema.

Você foi lá no Dois Rios e eu vim aqui retribuir o carinho da tua visita e esteja certo de que voltarei.

Beijos,

Anónimo disse...

Tu, Místico

Tu, místico, vês uma significação em todas as cousas.
Para ti tudo tem um sentido velado.
Há uma cousa oculta em cada cousa que vês.
O que vês, vê-lo sempre para veres outra cousa.
Para mim, graças a ter olhos só para ver,
Eu vejo ausência de significação em todas as cousas;
Vejo-o e amo-me, porque ser uma cousa é não significar nada.
Ser uma cousa é não ser susceptível de interpretação.

Alberto Caeiro

Anónimo disse...

Mesmo sem curvas ou rectas, gosto muito desta.