sábado, 19 de julho de 2008

O Outro Que Era Eu

A cidade de noite está acordada, como os gatos nas vielas, procura recolher-se a uma luminosidade íntima. Manipula seus hábitos, conta histórias, passeia, combina com a verdade o que vai acontecer quando daí a pouco a luz inunda os olhos dos bichos e os telhados das casas.
(...)
Ocorre-me o julgamento. Nestas alturas é bom estar na posse de todas as faculdades, mesmo as mentais. Uma defesa do organismo onde se evitam os espasmos da mais variada qualidade: o indigesto das frituras, as conferências de imprensa, os almoços em que o ambiente esteve de franca cordialidade e ainda refugados da véspera com esturgidos de interminável magnésia. Necessidade imprescindível de serviços médicos, isentos de mínima relação social. É defesa minha, do indivíduo que em mim não se quer sindicalizar. Estado de coma. Sem dúvidas, apatia de trãnsito na encruzilhada que me leva para o Outro. E o melhor, para não ter complicações com os agentes de toda a ordem, é marcar hora no consultório do mais distinto médico da cidade - Ruben A.

1 comentário:

AugustoMaio disse...

Era só "para não ter complicações com os agentes de toda a ordem"!