domingo, 22 de junho de 2008

Verão singular

Francisca perguntou se chegara o Verão.
Trazia longas tranças nos cabelos espiga
Eu olhei-a, lento a sair-me da distracção
De um poema; mas ela era minha amiga

E disse-lhe a verdade: não reparei
O tempo vinha triste, descontente
Como saíra, também logo eu entrei
E não atentei em nada de diferente

- Mas olha que sim, sinto-o no corpo
Teimou, deitando olhos de azul vivo
- Se assim, Xisca, conclui-lhe absorto
Nem virá; afinal preferiu ficar contigo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Está lindo o poema : pelo Verão que vem da Francisca.

Passiflora Maré disse...

A Xisca é um portento de mar e terra, de espiga (trigo?) e azul, não admira que o Verão tenha preferido ficar só com ela.