quarta-feira, 14 de maio de 2008

Transparências III

Água Castello ao entardecer.
Detalhe: os "piquinhos" de gás a subir
Também à mesa da esplanada.

3 comentários:

Ana Rita disse...

Um entardecer bonito e inspirador.
Que traz à memória certos acontecimentos, certas pessoas...
Excelente captação.
Um bem haja!

AugustoMaio disse...

Não posso deixar de concordar com o elogio anterior.
E a captação (continua, e bem, no concreto caso, a usar-se aquele "p" antes do "t", caso contrário o que não daria...)vale aqui um sentido de escolha de objectos.
Água, bem transparentemente vistas as coisas.
Acrescento - mais dirigido ao ilustre postador - que houve em tempos um lente jurídico que teimava distinguir as águas em prova cega, só pelo sabor.
Ao contrário da própria definição do famoso líquido.
Fica a pergunta: também a transparência as aparta?

Anónimo disse...

A tarde estava excelente para este tipo de ensaios, ainda que diletantes, volto a frisar. No que toca à escolha dos objectos, prendeu-se sobretudo com a memória de outras leituras e com a demanda de poder criar e transmitir sensações e vontades, apenas pela imagem. É que, recordando outdoors publicitários de outros tempos, dei-me conta de que todos eles conseguiam criar a sensação de sede e de prazer, quando saciada aquela pela bebida que anunciavam. Por outro lado, sempre achei piada aos escritos de Séneca que falavam das suas experiências com cápsulas de vidro, cheias de água, e como isso aumentava o tamanho das coisas, quando vistas através dessa transparência, ainda que distorcida.
De qualquer modo, torno a dizer que, embora tudo isso me possa ter inspirado, a verdade é que continua a ser apenas uma diletância às horas do jantar. Por isso, só tenho a agradecer os amáveis elogios e comentários.

PS: Caro Augusto, desconhecia a estória de um dos nossos. De facto, só um lente para querer sempre suplantar-se a si próprio em coisas que deveriam sempre continuar como simples, sentidas, saboreadas e nunca muito pensadas. De qualquer modo, sei da existência de um restaurante em Nova Iorque, onde, a par de uma carta de vinhos, há uma carta de águas e um provador para recomendar quais é que servem para acompanhar cada um dos pratos. Diz que mesmo que se podem distinguir os tais sabores.
Caso o nosso lente quisesse, sempre poderia arranjar ali emprego. Mas, mesmo assim, julgo que estariam todos com a "raposa" a espreitar, mesmo antes de chegada a sobremesa. Abraço!