quarta-feira, 14 de maio de 2008

Só se for de noite

Acalenta-me a esperança fugidia
De te rever numa curva apertada
Àquela hora onde se perde o dia,
Onde a luz se mistura com o nada

Sei assim que os contornos não são teus
A mistura do que recordo e do que sonho
Esse que perde a noite nos fogos só meus
E deixa estrelas no escuro onde me ponho

Se vieres de luz, então tenho receio
De deslumbrar ao facho que me dás
De ficar preso na corrente do enleio
Que obriga o forte julgar-se incapaz

11 comentários:

Anónimo disse...

"BLINDNESS"

AugustoMaio disse...

Bem "visto"

Anónimo disse...

Bem, sempre podemos ligar os "máximos".

Anónimo disse...

Máximos é contra-ordenação.

Anónimo disse...

De noite, todos os gatos são pardos.

Anónimo disse...

À noite, só à noite
(com música...)

Anónimo disse...

Eu durmo sozinha à noite
Vou dormir à beira rio à noite, à noite
Acocorada com o rio à noite, à noite"

Etelvina - Sérgio Godinho

sombra esculpida disse...

A luz e o escuro,as estrelas e o nada,os enleios que prendem e desmancham a razão,a saudade do que foi e não é mais,a vida.
Bonito poema!

Ana Rita disse...

É preciso ter cuidado com os enleios que "abocanham" a lógica e o raciocinio, pois tornam qualquer inábil.
Intenso poema.
Parabéns...

Anónimo disse...

À medida que se repete a leitura vai-se sentido o encadeamento da luz e vai-se apreciado mais.

Anónimo disse...

Muito bem. O receio da luz encandeia a vontade e a liberdade. Há coisas que só a penumbra permite.