quinta-feira, 1 de maio de 2008

pormenor de pé esquerdo (séc. XXI)


6 comentários:

Anónimo disse...

Os Teus Pés (Pablo Neruda)

Quando não te posso contemplar
Contemplo os teus pés.
Teus pés de osso arqueado,
Teus pequenos pés duros,
Eu sei que te sustentam
E que teu doce peso
Sobre eles se ergue.
Tua cintura e teus seios,
A duplicada purpura
Dos teus mamilos,
A caixa dos teus olhos
Que há pouco levantaram vôo,
A larga boca de fruta,
Tua rubra cabeleira,
Pequena torre minha.
Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
O vento e sobre a água,
Até me encontrarem.

Anónimo disse...

No pé esquerdo...um chinelo,o pormenor que faz toda a diferença

Anónimo disse...

O pé espreita!

AugustoMaio disse...

Pé de chinelo, claro. Mas mal ficava a confissão.

Anónimo disse...

A revelação de um pé, ainda que não por inteiro, já é um gesto nobre. É verdade que se faz acompanhar de um chinelo (marca?...) mas o reconhecimento do facto impede qualquer crítica, antes impõe a admiração pela humildade do gesto!!

Passiflora Maré disse...

Senhor, o pé foi só o mote para o correr da poesia. Mas as "Petúnias" são a alegria do post.