quinta-feira, 3 de abril de 2008

A FELICIDADE É IMPOSSÍVEL

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Conheci a Maria e o Alexandre quando ainda éramos adolescentes. A vida naqueles dias era fácil, apesar de considerarmos que era difícil e inútil.
Nada o fazia esperar, mas quando reparamos os dois estavam apaixonados e pouco tempo depois casados. O mundo parecia que se abria como uma rosa para aqueles dois jovens adultos, que sorriam enquanto partilhavam champanhe e pupilas gustativas.
Mas o futuro quase sempre é estranho e ganancioso…

4 comentários:

Anónimo disse...

Acho também que o futuro, a existir, é ganâncioso. cada vez se estranha menos, no entanto. Porque a ganância salva-nos da hipótese pior de, ao contrário, ser excessivamente indolente e poder deixar-nos apegados ao tempo que corre. E o tempo que corre, se é presente, não corre...

Anónimo disse...

Mas com muita ganância perde-se em epicurismo... E abraçando a ganânica, voltamos ao dilema kunderiano da lentidão que se perdeu. É que, hoje em dia, a capacidade que temos para e recordar os bons momentos é tanto menor quanto maior a velocidade com que insistimos em vivê-los - cfr. "A Lentidão", edições ASA.

De qualquer modo, apenas digo: Excelente artigo, Amigo Paulo! Abraço!

Anónimo disse...

Estou curiosa com o epílogo desta história banal ( o banal tem aqui o sentido de comum, frequente), porque se bem que já esteja anunciada a morte, há aqui muita partilha ( champagne?!!!, este não teria que vir mais tarde, nos compromissos sociais de bom tom ?).

Anónimo disse...

"O tempo não podia correr numa ilha sem lugar e sem sombras.
mas abolido o tempo, a história deixava de existir.
ao princípio era a ninfa e o silêncio da máquina do mundo.
era o silêncio no mais puro momento da sua glória inteligível."

Vasco Graça Moura