terça-feira, 8 de abril de 2008

Espaço

Lancem o meu corpo no espaço
Unam meu coração
(ensalivem-lhe solidão)
Pedaço por pedaço

2 comentários:

Anónimo disse...

Cá eu, acho que a falta de comentário tem a ver com o título do poema: será que há espaço?

Mais a sério - cá eu, ainda - penso que quatro versos singelos dão para uma tese de doutoramento (e não será em cardiologia).Gosto mais de ler ao contrário e pego nos pedaços estoirados (partidos, estilhaçados)de um coração que, porque solitário, precisa do beijo que da saliva surge. uma vez unido está completo e, porque completo, não precisa do corpo: há que largá-lo no espaço.

Pedaço a pedaço
preciso unir o coração
no beijo ensalivado que abafa a solidão
depois, este corpo pode lançar-se ao espaço.

Anónimo disse...

"Solidão não é falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo..... isto é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar..... isto é saudade.

Solidão não é retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos.....isto é equilíbrio.

Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida.....isto é um princípio da natureza.

Solidão não é vazio de gente ao nosso lado..... isto é circunstância.

Solidão é muito mais do que isto.

Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma ....."

Francisco Buarque da Holanda