O mar acabara para os olhos de Macário, naquela noite. A areia frágil também acabara, e o rochedo esburacado como uma esponja pela erosão, e a sua laca de espuma e de sol, e debaixo dos barcos virados, as redes amarfanhadas em que os peixes morriam e o amor, às vezes, principiava. Pousava nas mulheres o cheiro do mar, impregnava-as até aos ossos através das saias e das blusas, de modo que os seus corpos se abraçavam ondas solidificadas de água.
Maria Gabriela Llansol, A terra fora do sítio
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2 comentários:
"...tenho o desejo intenso de que esta cosmogonia narrativa nunca seja um império, e que nela abra brechas a minha liberdade humana. Contra mim, também.
M. G. Llansol, Um falcão no Punho.
(Jornal de letras, artes e ideias)
Obrigado por lembrarem M. Gabriela Llansol.
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