A LENDA DOURADA e linda
Que me contaram outrora
Em minha alma dorme ainda
Mas é outra lenda agora.
Antigamente falava
De fadas, elfos e gnomos;
Hoje fala só da escrava
Indecisão que nós somos.
Mas elfos, gnomos e fadas,
Vistos certos, que mais são
Que as projecções enganadas
Dessa nossa indecisão?
Criamos o que não temos
Por nos doer não o ter,
E quase tudo que vemos
É o que ansiamos por ver.
Depois, cansados daquela
Visão que viu só o nada,
Fechamos toda a janela,
Ficamos na alma fechada.
Mas ainda esses entes todos
Que outrora eram visão,
Bailam mesmos, e inda a rodos,
Mas só no meu coração.
Fernando Pessoa, 1934.
domingo, 16 de março de 2008
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2 comentários:
Rapaz a sério, que ver se possa,
É desperdício para tal moça,
Serenata, Bem pode esperar por ela!
Vou é partir-lhe os vidros da janela!
Fausto
Minha bela senhora, poderia
Eu oferecer-vos meu braço e companhia?
Margarida
Bela não sou, muito menos senhora
E para casa posso bem ir sozinha.
Goethe
Antónia (abaixo a Natália castradora!)
ÓOHH Antóoonia (é dito com a voz de chamamento de Ivééééte do Aló, Aló): bons olhos a ouçam.
Bem atenta...
P.m.p.
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