sábado, 16 de fevereiro de 2008

No Távora (com a minha tia)

O rio descia (não eu) como quem ri
E só o acompanhava aos tropeços
Na giesta maior escondia-me de ti,
Cocavas-me dava outros arremessos

Era a tarde das merendas no S. Pedro
Pão de centeio, queijo e marmelada
Depois de esbracejar água, sem medo
A sério, eu nem tinha medo de nada

Contavas então a história da princesa
Moura que enfeitiçara na Granjinha
O príncipe, e eu esquecia sobremesa
E corria novamente, encosta acima

Chegado a casa o pai pedia conta
De uma tarde inteira a fazer nada
E eu deixava os lábios em ponta
E tu fingias-te deveras preocupada

Mas claro que aprendera a aritmética
De contar os passos até saltar ao rio
E guardar a tua ideia tão profética
De aprender a ser um grande tio.

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