terça-feira, 30 de junho de 2009

Sem temer...

Houve um tempo em que, não sendo capaz de imaginar uma eternidade que me tivesse separado de Mozart, eu deixara de temer a morte. E foi assim com cada músico, com toda a música...
hhhhhhhhhhh
E. M. Cioran, Silogismos da Amargura

Pina Bausch

Em memória

Amarguras

O poeta: um finório que se pode aborrecer de morte quando lhe apetece, que se obstina com as perplexidades, que as procura por todos os meios. Mais tarde, a ingénua posteridade compadece-se dele...
lllllllllllllll
E. M. Cioran, Silogismos da Amargura
(trad. de Manuel de Freitas, Letra Livre, 2009)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

The best dance

Michael Jackson
Em qualquer lado, dançar assim é celestial

mudo e triste esse telefone

sofro-me em prantos
de trazer por casa
enquanto o telefone não trina
o certificado do teu adeus. antecipo a partida
hipótese de sonhar mentira
de festejar excessos. como
se fosse possível
safar o tempo consumido
nos nossos arrepios de desgosto. como
se um deus (desses dos teus)
soubesse cerzir as rachaduras
lascadas em comum aos corações.
sem devoções
nem o telefone alegra poemas tristes.
(2.02.2009)

O velho e a sereia

O velho tocava realejo junto ao mar
As ondas branqueavam bailes de tropeços
A cada vaga maior, novos começos
A cada brisa suave, outro cantar

Desde que lembrava o velho tinha
Cem anos de cantiga e paciência
Devia vir a sereia mas não vinha
O velho não desistia, em penitência

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Uma Flor (cor, aroma e forma...)

Com que alvoroço
Eu me debruço para ti, simples botão,
Em cada dia, à hora do almoço,
E à tarde, e ao serão,
A ver, a adivinhar como é que assoma
A tua forma, a tua cor, o teu aroma!
llllllllllllllllll
A adivinhar... o quê? Se a conheço tão bem,
Se é tudo para mim
Essa que há-de nascer... Mas é o anseio, enfim,
Em que sempre nos põe uma vida que vem
Ao nosso lar, seja criança ou flor:
O seu aroma, a sua forma, a sua cor.
llllllllllllllllllll
Aberta, ao sol! Deus a conserve bela
E a não creste o calor e o vento a não remova.
Durasse uma existência... e eu ficaria a vê-la;
durasse mais ainda... e eu a levasse à cova.
Como enche o mundo todo e de todo o transforma!
A sua cor, o seu aroma, a sua forma...
lllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll
Cabral do Nascimento, Uma Flor, Cancioneiro 1963 (In Cancioneiro, 1976)

To the Rose upon the rood of time

Red Rose, proud rose, sad Rose of all my days!
Come near me, while I sing the ancient ways:
Cuchulain battling with the bitter tide;
The Druid, grey, wood-nurtured, quiet-eyed,
Who cast round Fergus dreams, and ruin untold;
And thine own sadness, whereof stars, grown old
In dancing silver-sandalled on the sea,
Sing in their high and lonely melody.
Come near, that no more blinded by man's fate,
I find under the boughs of love an hate,
In all poor foolish things live a day,
Eternal beauty wandering on her way.
(...)

W.B. Yeats, The Rose (1893)

Continuarei...


terça-feira, 16 de junho de 2009

domingo, 14 de junho de 2009

Ausente Presença

A solidão e a ausência de quem se arrisca a estar à frente do seu tempo.

A lembrança partilhada destes autores que, com pena molhada em cibertinta, procuram também o seu tempo...

À boa lembrança do Amigo Augusto.

sábado, 13 de junho de 2009

Este estado de ansiedade...

E se "estado" fosse com letra grande?
Vinte e cinco anos depois; como corre o tempo!
Em memória de Antónioo Variações

O ar da meia-noite está fresco. O céu está limpo e a Lua quase cheia.
A luz do meu único farolperde-se para lá da passagem de nível, no vazio, depois reflecte-se outra vez na estrada, e depois volta outra vez a projectar-se no vazio.
Pela primeira vez desde há muito tempo sinto-me descontraído.
A derreter, talvez.

Mark Lindquist, Filmes Tristes

Efémero

Insondáveis são os sons
com que, banhado em mar,
reconstruo a sintonia do teu desejo,
o sopro suave da tua
respiração envergonhada,
o abraço
-apenas sonhado –
nas clareiras das rochas
antes que as ondas
tornem a ensaboar a areia.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Ouvir, pensar, ainda que junto do mar



Muito bem, caro V. C., para que ninguém
se invoque surdo e tudo se vire numa
dramática e incendiária comédia

A classe turística

Os últimos tempos têm sido de intensa actividade democrática para todos aqueles que, por maior ou menor consciência ou até mesmo impossibilidade prática, trocaram o calor tórrido do sul pela cruz no euroboletim, pelas maravilhas do mundo português ,vistas apenas pela televisão, ou até mesmo pela perspectiva dessa grande Nação encarnada - o Glorioso, obviamente - se encontrar num cenário de "sede vacante", com eleições antecipadas à vista.
Mas, ao que parece, todo este alvoroço de soberania popular calha mal com o espírito da época. O tablóide mais lido no País, falava, na semana passada, acerca do desperdício, na ordem dos milhares de euros, com os boletins de voto que foram impressos para as Europeias e que agora apenas dão um certo retrato do tsunami abstencionista que acabou por, uma vez mais, se verificar.
A democracia parece estar em excesso, superavitária - provavelmente a única "comodity" nessa posição, nos tempos que correm - e não calha nada bem para quem andou a poupar em talões de combustível e mais alguns trocos, no desejo furioso de enfiar os abomináveis chinelos de plástico e rumar ao Algarve, celebrando a boçalidade natural dos dias em que apenas os pequenos triunfos contam, não dando espaço para sequer pensar na etimologia da palavra que nos confere o estatuto de estado de direito, livre e assente no governo dos seus cidadãos. Nada disso pode ser condenado, é certo.
Contudo, tal letargo, tal simplicidade e sentimento de impotência laxista podem ser perigosos. É que, por estes dias, apareceram uns certos sujeitos que até há bem pouco tempo ninguém sabia quem eram e que, por sinal, não se dão muito a conhecer, mesmo agora.
Dizem que investiram umas poupanças, nos tempos em que o Estado era um "papão", e que, agora, o mesmo tem a obrigação moral, legal, de os salvar da miséria, mesmo que à custa dos impostos que todos, mas todos e não apenas eles próprios, pagam.
Não discuto aqui a indignação de quem se vê enganado e, por aí, "descamisado" porque sem o dinheiro que é seu. O que discuto, com toda a legitimidade, é o modo onfaloscópico e insensível com que manifestam essa indignação.
Num tempo em que a taxa de desemprego em Portugal consegue ser mais elevada do que a média Europeia, como é que alguém pode ficar impávido e sereno, estendido numa toalha de praia, a comer uma sandes de mortadela e a jogar sudoku, quando ouve no transístor apelos aos portugueses "para que deixem de ser invejosos"? Estarão mesmo aqueles sujeitos a falar a sério ou isto é só uma piada de mau gosto?
Já todos sabemos que em tempos de crise as posições extremam-se e os fossos aprofundam-se, mas vir dizer que, por uma questão de suposta maior fortuna, o tratamento a dar terá de ser preferencial e à custa de todos, sem queixas supostamente mesquinhas, parece-me a mim um pouco demais.
E assim sendo, arrogo-me aqui, à mesa da esplanada, de toda a legitimidade para me insurgir quando esses sujeitos, a quem carinhosamente chamo de "riquinhos", dizem que estão a ser tratados como "portugueses de segunda" quando, em situações análogas, as soluções encontradas foram outras.
"Portugueses de segunda" são aqueles que não era suposto ainda sê-lo, mercê dos despedimentos colectivos, da crónica miséria e dos baixos níveis de instrução - isso sim, são os que viajam em classe turística - quando não ficam apeados - e aos quais o Estado e os poderes públicos devem uma verdadeira explicação.
E, por uma questão de coerência, não nos esqueçamos ainda que o que é privado assim deve continuar - o "welfare state" nunca esteve cotado em bolsa, nem foi concebido para assegurar algo tão fútil e monstruoso como esse egoístico "retorno absoluto", ou lá o que é.
O "welfare state", por que agora clamam aqueles que quiseram e conseguiram, num jeito snob, provocar a sua falência, nunca serviu para o sucesso de apenas alguns, mas todos no geral, numa óptica de justa redistribuição e não de pacto leonino.
Por isso, tudo ponderado, não podemos aceitar conceitos como o excesso de democracia, a infantil validade pueril do voto em branco ou a simples abstenção ressabiada.
Todos temos direito a classe executiva, mas é preciso lutar por ela e dizer a estes sujeitos que as verdadeiras lutas democráticas têm que ver com algo mais do que fazer turismo.



Um manifesto para um possível Verão (Quente) na Esplanada.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Momentos

«O silêncio reinava no quarto... a dourada penumbra daquela tórrida tarde entrando pelas frinchas das portadas de madeira que permaneciam encostadas.
Luísa sentia-se serena... A primeira vez desde há muito. João dormia, a seu lado, virado para ela. Deliciada, ria-se pelo jeito de miúdo com que ele parecia sonhar. De facto, era em alturas como esta que todos os medos, que todos os receios e barreiras, as mesmas de sempre, se desmoronavam, acometendo-lhe o incauto desejo de se entregar àquele homem que tudo lhe prometia... Mas entre prometer e cumprir, haveria sempre aquele limiar intransponível de uma vida quotidiana que trazia consigo o sabor amargo de uma normalidade incontestada. Talvez, para eles estivesse reservado apenas o melhor, que, por ser único, seria sempre raro ou esparso, ainda precioso.
Ao olhar para os seus ombros descobertos, Luísa dava-se conta das marcas da conquista que deixava em João, por cada reencontro... congratulava-se por não se limitar a meros beijos, indo sempre mais fundo, lançando o seu feitiço sobre João.
"Sei que não te tenho, mas promete-me que não te perderás de mim"- disse Luísa num rouco murmúrio.
Sem abrir os olhos, João respondeu-lhe: "Tu nunca me perderás". Logo no instante seguinte, Luísa soube que acreditava em João. Que confiaria nele.
Seriam sempre um do outro...
Fosse de que maneira fosse.»
«Momentos», Alexandre Villas-Diogo

Postal ilustr(e/a)do... de saudade

Se mais a Norte chove, sempre dá para uma mantinha
nos joelhos e meia de leite cevada, enquanto se burilam
uns saneadores. Enfim, não se pode ter tudo...
(post em nome alheio e cautelosamente sem comentários)

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Talvez não fique mal no dia que passa

(porque a esperança também se aprende...)

Se quiseres conhecer o teu passado, vê as tuas condições presentes.
Se quiseres conhecer o teu futuro, vê as tuas acções presentes.

DITADO BUDISTA

terça-feira, 9 de junho de 2009

O regresso dos rios da Babilónia


Se a chama não contiver o fogo
E transbordar
Se a morte da semente
Enegrecer até ao luto os campos

Se a agulha entre os novelos
Brilhar ainda
Se o regresso abrir o pesponto
Da nossa boca fechada

Se o silêncio for quebrado
Por chamar-te
E se enxugar os olhos for rever-te
Ó bem-amada

DANIEL FARIA (10.04.1971 - 9.06.1999),
Se fores pelo centro de ti mesmo, Homens que são como lugares mal situados

"E nunca mais acabará(s) de regressar"

Daniel Augusto da Cunha Faria nasceu em Baltar, concelho de Paredes, a 10 de Abril de 1971. Licenciou-se em Teologia na Universidade Católica Portuguesa (Porto) e em Estudos Portugueses na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Esteve ligado à paróquia de Santa Marinha de Fornos (Marco de Canaveses) onde, com rara sensibilidade criativa e escassos recursos, encenou As Artimanhas de Scapan e o Auto da Barca do Inferno. Recebeu vários prémios de poesia e conto e colaborou em revistas como a Atrium, Humanística e Teologia, Via Spriritus e Limiar. Publicou seis livros de poesia, reunidos no volume Poesia (edição de Vera Vouga, edições quasi): Uma Cidade com Muralha, Oxálida, A Casa dos Ceifeiros, Explicação das Árvores e de Outros Animais, Homens que são como Lugares mal Situados e Dos Líquidos. O Livro do Joaquim é uma espécie de diário, publicado, também em reprodução facsimilada, em Maio de 2007 pelas edições quasi.
Dele dizem que viveu 28 anos “a respirar como um clarão”. Teria uma visão muito “descrente” da morte, deixando nos seus escritos a ideia libertadora de passar a margem. A 11 de Agosto de 1993 escrevia n’ O Livro do Joaquim que “A morte é a única boca que alimento. Os seus olhos tão próximos dos meus olhos, e só o sofrimento os desune” e, a 31 de Janeiro do ano seguinte: “Não cumpras todas as promessas É um modo muito triste de morrer”.
E, a 9 de Junho de 1999, exactamente há 10 anos, faleceu, depois de ter sofrido um improvável acidente doméstico no Mosteiro de Singeverga, onde era noviço.

segunda-feira, 8 de junho de 2009


Memória

"Daniel Faria deixou o que transcende a memória de um nome, a permanência de um lampejo que o futuro, corrector de impulsos e de distracções, bem poderá erigir ao plano de uma evidência (...)
Os poemas de Daniel Faria assombram-se e acendem-se num advento de morte, tão ansiado quanto temido, que dela faz pedra de ara do sacrifício e aprendizagem do voo de redenção. desta antecipação do fim, percebido como golpe, e não como condição, tratam os versos que o equiparam ao que «dói como os cristais que são impuros» por serem humaníssimos na sua efemeridade."
hhhhhhhhh
Mário Cláudio, Legenda para uma casa habitada
hhhhhhhhhh
"Agora está morto e relembro claramente o corte de dor que me anunciou a sua morte. Era um poeta muito mais novo que eu por isso muitas vezes fala uma linguagem desconhecida, mas a densidade dos seus poemas como uma aparição súbita mostra aqueles fragmentos que a nossa alma relembrará"
hhhhhhhhhhhh
Sophia de Mello Brayner Andresen, Legenda para uma casa habitada
Quero ganhar a forma
Do degrau

A forma da mão que se abre quando nada tem
E quero a mão, no entanto. Interessam-me alguns instrumentos de posse.

A língua para me calar
As rótulas, os calcanhares, os rins

O corpo inteiro, completo
Para morrer

Daniel Faria, Do Inesgotável

Lembrança

No 10.º aniversário da morte do poeta Daniel Faria realiza-se no Porto (Palacete dos Viscondes de Balsemão) um congresso sobre este poeta, "E agora sei que ouço as coisas devagar". A iniciativa tem lugar nos dias de hoje (8) e amanhã (9).

A CALIGRAFIA DAS AVES

As aves marcam o relevo da maré
e a estenografia das horas
Mudam de estação como de idioma
e ondulam pela areia de uma seara
Emergem de vírgulas interiores
e anunciam uma ortografia madura
entre as linhas de continentes decalcados
a tinta impermanente
kkkkkkkkkkkk
Têm a caligrafia acidental em frente ao mar
e uma forma nasalada de dizer
meu pé, minha mão, meu pão
Escrevem uma carta com sotaque de despedida,
uma interrogação quando podia ser a travessia

Tiago Patrício, O Livro das Aves (edições quasi)
Prémio Daniel Faria 2009

domingo, 7 de junho de 2009

composição de luminosa sombra com a ajuda de flor perdida em verde

Preceitos da regra de vida pitagórica

Honra primeiro os deuses imortais segundo a ordem estabelecida
pela lei, e respeita o juramento. Honra em seguida os heróis
ilustres e, como prescreve a lei, as divindades subterrâneas.
Honra também os pais e os parentes próximos.
Dos outros homens, faz teu amigo o mais virtuoso.

Não desprezes a saúde do teu corpo, mas
fá-lo beber, comer e exercitar-se com medida.
Chamo medida áquilo que não te incomoda.
Acostuma-te a ter uma vida limpa e simples.

Que o sono doce não desça sobre os olhos
antes de três vezes cada um examinar as acções do dia.

Saberás que os homens escolhem por si mesmos os seus males
livremente. Eles não vêem nem ouvem os bens
que estão perto e raros aprenderam a libertar-se dos males.
Tal é a sorte que perturba o espírito dos mortais: eles rolam
em várias direcções atormentados por males sem fim.
A funesta Discórdia, companheira natural, fere-os às ocultas.
Não deves provocá-la, mas evitá-la, cedendo-lhe a passagem.

Abstém-te dos alimentos de que falámos nas Purificações
e ordena cada coisa pensando na Libertação da alma,
tomando como guia no alto o espírito superior.
Se, abandonando o corpo, chegares ao éter livre,
serás um deus imortal, incorruptível, da morte liberto.

Pitágoras, VERSOS DE OURO
(Antologia da Poesia Grega Clássica, tradução e notas de Albano Martins, Portugália Editora)

sexta-feira, 5 de junho de 2009

quarta-feira, 3 de junho de 2009

como um matemático

divido a cama ao meio
como um matemático
querendo alcançar a liberdade da geometria.
ocupo a minha área
e simulo-te no restante mundo.
conto gazelas
divorciado do gosto dos carneiros.
chega-se o bulício da terça
antes que a imagem
preencha por inteiro o teu espaço.
revolto-me contra o espelho
- teima em ser só eu quem o olha -
e aviso-o que o eu
era o quem estava ali ao lado
toda a noite com
a donzela de olhos coloridos de amêndoa.
(21.02.2009)

a contra-luz

deito-me a contra-luz
esperando os gestos do teu regresso
e as horas renovam
as aflições do mundo. é
sempre tarde quando chegas
e invento fantasias que te desculpem. a
meio da noite é já a sombra
quem se passeia na glória da solidão. e
eu derroto-me contra a almofada
onde
há dias
tinha nascido uma lágrima tua.
(21.02.2009)

terça-feira, 2 de junho de 2009

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Existências


A Associação Existências comemora este Mês, Junho, o seu quinto aniversário.
Amanhã irá decorrer uma tertúlia no "Café com Arte", às 17h 30m, subordinada ao tema Saúde e Toxicodependencia", com a presença de Rocha Almeida - IDT; João Curto - IDT; Pedro Oliveira - IDT.
À noite pelas 23h, na Via Club (Discoteca Via Latina), concerto de Ariel Pink, produção de "Put Some...".
Dia 5 e 6 Exposição Colectiva de Fotografia e Pintura, na "Casa da Esquina".

Renascimento em Junho






pintura, filme ou retrato? morte ou vida? renovação, sempre