quarta-feira, 3 de junho de 2009

como um matemático

divido a cama ao meio
como um matemático
querendo alcançar a liberdade da geometria.
ocupo a minha área
e simulo-te no restante mundo.
conto gazelas
divorciado do gosto dos carneiros.
chega-se o bulício da terça
antes que a imagem
preencha por inteiro o teu espaço.
revolto-me contra o espelho
- teima em ser só eu quem o olha -
e aviso-o que o eu
era o quem estava ali ao lado
toda a noite com
a donzela de olhos coloridos de amêndoa.
(21.02.2009)

4 comentários:

matemático disse...

Bem feitas a s contas...
(é sempre um mesmo resultado)

vi disse...

"olhos coloridos de amêndoa", não sei como serão, mas soa-me bem...

Muito bonito!

Passiflora Maré disse...

Um poema belo e elegante como as gazelas.

Um lugar comum nestas coisas da blogosfera: está na hora de pensar em publicar alguma coisa em papel manejável e palpável.
Como são belos os livros, cheios de ideias inesperadas e de geometrias libertadoras.
Espero um livro de poemas, com um belo título e um convite para a apresentação.

AugustoMaio disse...

Cara Passiflora:
Agradecendo a recomendação, vai-se pensando nisso, assim o tempo ajude mais um pouco. Por enquanto, ainda falta uma "linha condutora" para a escolha, mas lá iremos.
O convite, esse será certo.