sexta-feira, 31 de julho de 2009
Mezcalm Lowry
Victory ("Fuga para a Vitória")
Este filme teve a sua estreia a 30 de Julho de 1981 e, embora o êxito tenha sido inferior à história que pretende contar, tem a grandeza de a não haver esquecido. É a história de honra dos jogadores do Dínamo de Kiev, durante a invasão nazi, de um padeiro alemão que lhes deu tecto e da nova equipa, o FC Start, que formaram, a todos vencendo no campo. Na Ucrânia esses jogadores são heróis nacionais e o seu exemplo de coragem tem o valor do hino nacional. Ganharam a uma equipa de elite do III Reich e, depois, foram fuzilados.
A homenagem à coragem, qualquer que seja o meio de a revelar.
Não anota, esquece...
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Post-Modern Dance History
Depois do desaparecimento recente de Pina Bausch (igualmente incluída), aqui fica um histórico reconhecimento ao coreógrafo Merce Cunningham, falecido aos 90 anos em Nova Iorque (nasceu nos EUA em 16 de Abril de 1919) e há poucos meses comemorou os 90 com a estreia de "Nearly Ninety". Disse que "apesar destes anos todos, ainda fico fascinado quando vejo um bailarino em movimento"
Banda Sonora 2.0
Para ficar de boca aberta ou deixar-se levar...
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Branca de Neve 2.0
Os incautos que se desenganem. A informação da imagem acima exposta é enganosa. Porquê? Aqui começa a história:
Durante este fim-de-semana, foi largamente publicitada, por quem de direito, no Twitter, uma iniciativa nunca antes realizada no ciberespaço português: o Primeiro Ministro à conversa com os autores de alguns dos mais conhecidos blogs da nação.
Tal como era explicado aqui, o debate seria livre e aberto, havendo uma escolha - método da mesma não apurado, porque não exposto em termos de critérios, pressupostos e condições concretas - dos blog's que teriam direito a fazer uma pergunta ao Eng. Sócrates. Sem embargo, e contando com a lista de blog's suplentes igualmente publicada, abria-se ainda a possibilidade de participação das redes sociais, nomeadamente o Twitter.
Ora, uma hora antes do começo: endereço na barra de navegação, tecla enter e página de entrada. Ao que tudo indicava o "live streaming" - emissão em directo - parecia ser fluido e escorreito, mostrando uma curiosa mira técnica e podendo ouvir-se o tão típico"um, dois, som... experiência". A hora dos testes para que tudo corresse bem com esta "admirável" empresa.
17h30m (ou um pouco depois, que ainda fui tomar uma bica e quando voltei ainda não tinha começado): O Primeiro Ministro entra na "cantina", cumprimenta as pessoas e senta-se. "Pronto, vamos lá então ouvir o debate com os bloggers" - o esfregar de mãos ávidas de um bom debate no twitter para o qual a hashtag #blogconf tinha sido criada.
Contudo, subitamente, o "live streaming" é cortado. Mira técnica de volta. Écran negro, sem imagem nem som de seguida. Motivos técnicos, disseram. Sucedem-se os pedidos de desculpas, bastante esfarrapadas, havendo mesmo quem, dizendo-se noutras alturas fervoroso adepto do twitter justamente devido à nota de "tempo real", vem atirar que "na vida, o directo não é tudo".
A indignação instala-se. Do mero #flop para outras considerações mais imaginativas - serão mesmo apenas imaginativas? - bastantes foram aqueles que se levantaram em protesto. Alguns dos agora reduzidos protagonistas - os únicos, é certo, porque convidados - ainda tentam acalmar as hostes, fazendo uma cobertura parcial do que se passaria na "cantina".
Ora, do que ficou, o fedor da conveniência e da estratégia - ou do receio de vociferantes twitts de descontentamento pelo estado das coisas - foi o aroma mais dominante, em modesta opinião.
Um bolo que, de acordo com a imagem, seria para ser comido por todos, deu, no fim de contas apenas para alguns comerem umas fatias. E, ainda assim, fatias variadas: umas com sabor a protagonismo, outras com sabor a propaganda e ainda umas esmigalhadas, com sabor a seriedade (é pena que tivessem sido as mais "piquenas").
Da promessa da transmissão do verdadeiro na íntegra e indeferido, o conforto não é grande, uma vez que não era, de modo nenhum esse o plano inicial. O sentimento de exclusão é legítimo por parte de todos aqueles que acreditam, e não porque alguém em terras lusas o diz, que o Twitter é para todos.
E, no fundo, se, por um lado a ingenuidade acalma e conforta, também é certo, por outro, que não deixa vislumbrar a verdadeira essência da estratégia: quando se quer reduzir o número de intervenientes dialogantes basta introduzir no circuito da comunicação algum ruído, ou seja, "motivos técnicos". Tudo por aí se perde.
#parêntesis: e ainda a RTP tentou dar uma notícia que, para todos os efeitos, não o foi.
domingo, 26 de julho de 2009
Poema visual
sexta-feira, 24 de julho de 2009
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Ena, tantos, tantos e tantos...
Jorge Buesco, "Somos todos nobres (e servos)", O Fim do Mundo Está Próximo?, Gradiva, 2007
What Are You Optimistic About?
IDEIAS OPTIMISTAS, Coord. de John Brockman, Tinta da China
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Afinal, não é sempre que o Homem queira? ... A propósito da Lua e de outras coisas mais.
Nem veio nem se foi: o Erro mudou.
Temos agora uma outra Eternidade,
E era sempre melhor o que passou.
Cega, a Ciência a inútil gleba lavra.
Louca, a Fé vive o sonho do seu culto.
Um novo deus é só uma palavra.
Não procures nem creias: tudo é oculto.
Fernando Pessoa, NATAL
terça-feira, 21 de julho de 2009
Tranquility Base 2.0
A poucos minutos da primeira EVA (Extravehicular Activity) este é (seria) o som apropriado a ouvir no Mar da Tranquilidade.
Apollo11, Yes we can
A justa homenagem. A arte e o engenho de quem não teve medo.
Possamos voltar a tempos assim.
domingo, 19 de julho de 2009
sábado, 18 de julho de 2009
Com a tinta que desenha o verbo:
As veias suplicam a velocidade
Que quase alcança a palavra
E, no limite do tempo corrompido,
Salvar-te da prisão dos nomes.
Envolver-te
Antes que as sílabas te zunam
E dilacerem a liberdade do silêncio.
Se eu não chegar a tempo
Virá (outro)
Regar em sangue novo
Criando
O mundo e o eterno como sempre foram:
Aquém do gesto,
Além da palavra.
(19.05.09)
Naquele (perdido) tempo...
substituíamos as horas
pelos beijos futuros nunca dados
perdidos à porta da condescendente vergonha.
foi o diabo que nos afiançou
sempre haver tempo
prometendo grandezas
se evitássemos gestos.
sabia de cor as linhas do tabliê
muito melhor que os riscos das sebentas
e de saber sem sabor
faltou o gosto dos teus lábios
- embora de tanto os sonhar humedecidos
possa chorá-los nas gotas da memória.
(5.02.2009)
sexta-feira, 17 de julho de 2009
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Quadratura do círculo onde me cercas
da minha memória
carrega uma incomodação desusada
porque se estatela em partículas
que são lascas de um espelho
onde permaneceu a tua figura angélica;
cada pedaço revela
o teu particular,
e a tua unidade,
e o grito de luz
escolhe as expressões mais enigmáticas.
para que eu resolva uma equação impossível,
tradução de quem és.
(21.05.2009)
Preso à impossibilidade de esquecer
(o nome que escolhi para a tua saudade)
e podia partir, atravessando o mundo;
descobrir uns olhos
que apaguem os teus.
e viria de volta,
completado com o silêncio
das palavras que já te não lembro.
(12.05.2009)
domingo, 12 de julho de 2009
Tombam pesadas as tuas leves pétalas
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Meus julhos
terça-feira, 7 de julho de 2009
Comentários
"A Cultura da Excelência:
É curioso como as estruturas de produção do discurso político encontram sempre miríades argumentativas apenas talhadas para rotularem como despropositada a opinião contrária àquela que se quer instituir como válida. E isto apesar de tudo quanto já se sabe acerca do assunto em questão. Ora vejamos: a propósito da média positiva nos exames de matemática, ouvi na SIC este Senhor Secretário de Estado dizer que a mesma cala muitos velhos do Restelo que prenunciavam o descalabro. Encontraram algo de positivo num outro tanto que assusta. De facto, ao invés de se poder pensar que o noticiado aumento para o dobro das notas negativas apenas se deve à ideia de facilitismo que foi sendo inculcada nos alunos, não será mais natural pensar que este é somente o resultado de um verdadeiro laisser-faire progressivo que se foi instalando? Na minha modesta opinião, os exames, o ensino, ao contrário de outros tempos bem recentes - fui aluno de Secundário entre 94-97 - não é mais uma cultura de Excelência, mas sim uma cultura de resultados, a obter a qualquer custo. Será, pois, assim tão descabido pensar que tudo redunda num verdadeiro esquema Ponzi, agora tão na moda? Vejamos, a partir do momento em que são dados exames ditos acessíveis mas que comportam em si um grau de dificuldade desconforme à exigência que se espera, não haverá resultado mais natural do que aquele em que, no fim de tudo, o que era querido como fácil, para criar a ilusão de sucesso escolar, se torne mesmo muito complicado."
segunda-feira, 6 de julho de 2009
domingo, 5 de julho de 2009
Viúvo na lembrança da poesia
(cheios de letras, parcos d'alegrias)
tem o granito escuro da memória
e à porte, em cima, o V da vitória.
Castigo aos franceses, desleais
que a destruíram em oitocentos.
À varanda meus melhores momentos
no escuro dos lustres siderais.
À noite poeto. Na vista o céu
e à esquerda o leve casario.
Guardo o teu retrato junto ao meu
antes do leve sopro derrubar o pavio.
E quando me escondo na cama fria
depois d'agradecer as horas do meu dia
percorre-me a alma um arrepio lento
de te saber, cedo demais, no firmamento.
precisava
com estes lábios
que guardam a palavra mágica
e, assim, em silêncio,
esperar a tua inteira
compreensão do mundo,
ditongo de perdão,
dedos que fazem de abraço
em rodeio de amor.
(27.04.2009)
Boa Noite, acrescento
e podemos reerguer as mãos
fora do linho.
o sono sonha um regresso amistoso
e horas de entrega devoluta.
dou-te o beijo
que guardava tempos sem conta
e guardarás até à aurora das manhãs.
(27.04.2009)
nada mais...
na magnitude
de uma apropriação nova:
a palavra foi descoberta
e o dia já não cai,
a noite não vence.
o tempo parou.
(20.05.2009)
Sem título nem palavras
com a infinita distracção da posse eterna
e vagueia um regresso
ao ventre - dádiva
com que se repartem
as estrelas mais distantes.
sem uma lágrima,
sem uma prece;
só ela encanta
o destino da união,
plenitude de respirar
vento e tempo
no mesmo peito
por crescer.
(9.05.2009, lendo Daniel Faria)
sábado, 4 de julho de 2009
Rosa, vestida de branco no escuro
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Sophia de Mello Breyner Andresen
Para que ela tivesse um pescoço tão fino