A casa onde perco os meus dias
(cheios de letras, parcos d'alegrias)
tem o granito escuro da memória
e à porte, em cima, o V da vitória.
Castigo aos franceses, desleais
que a destruíram em oitocentos.
À varanda meus melhores momentos
no escuro dos lustres siderais.
À noite poeto. Na vista o céu
e à esquerda o leve casario.
Guardo o teu retrato junto ao meu
antes do leve sopro derrubar o pavio.
E quando me escondo na cama fria
depois d'agradecer as horas do meu dia
percorre-me a alma um arrepio lento
de te saber, cedo demais, no firmamento.
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2 comentários:
Bem...Caro Augusto, está a publicar o livro mesmo aqui. Belos, muito belos os poemas, incluindo aquele do telefone mudo e triste que leio desde o dia da publicação, todos os dias.
Parabéns, difícil é escolher não apreciar.
Peço desculpa pela ausência, mas a porta que tem na fronte a balança, a Venda e a Espada é mais poderosa do que eu, apenas, sua fiel servidora.
ah! esquecia, belas as rosas, todas, mas as brancas...
Vai-se escrevendo. E também aqui é um bom local de publicação, desde logo, atenta a qualidade dos leitores.
É verdade, o tempo anda curto para tantas portas e tem que se dar prioridade a alguns deveres...
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