sábado, 18 de julho de 2009

Sinto o sangue a competir
Com a tinta que desenha o verbo:
As veias suplicam a velocidade
Que quase alcança a palavra
E, no limite do tempo corrompido,
Salvar-te da prisão dos nomes.
Envolver-te
Antes que as sílabas te zunam
E dilacerem a liberdade do silêncio.
Se eu não chegar a tempo
Virá (outro)
Regar em sangue novo
Criando
O mundo e o eterno como sempre foram:
Aquém do gesto,
Além da palavra.

(19.05.09)

1 comentário:

Passiflora Maré disse...

Pudesse cada um de nós decifrar, em palavras, música, dança, etc(CRIAR) aquele ponto apertado no seu peito, aquele nó cego no seu cérebro, que se manifestam quando nos emocionamos com o belo, qundo nos exaltamos com o amor, quando estremecemos com a injustiça...
Tudo seria tão mais autêntico...
Todos seríamos tão mais realizados...
Parabéns caro Augusto,decifra cada vez melhor os seus nós apertados e cegos...
É, por isso, um eleito.