Agora que colocaste
em torno do meu pescoço
a tesoura dos teus dedos
e, ó profundo caroço,
minha carne te rodeia,
te nutre meu sangue insosso;
agora que, teu cavalo,
à custa do meu destroço,
te transporto a meu pesar -
me passeias pelo fosso,
ambos numa ira só,
como a água no seu poço.
A. M. Pires Cabral, como se Bosch tivesse enlouquecido,
João Azevedo Editor, Mirandela, 2003
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